domingo, 18 de outubro de 2009

EM RUAS DE OUTONO...



Nas ruas de outono
Os meus passos vão ficar
E todo abandono que eu sentia vai passar
As folhas pelo chão
Que um dia o vento vai levar
Meus olhos só verão que tudo poderá mudar


Eu voltei por entre as flores da estrada
Pra dizer que sem você não há mais nada
Quero ter você bem mais que perto
Com você eu sinto o céu aberto


Daria pra escrever um livro
Se eu fosse contar
Tudo que passei antes de te encontrar
Pego sua mão e peço pra me escutar
Seu olhar me diz que você quer me acompanhar


Eu voltei por entre as flores da estrada
Pra dizer que sem você não há mais nada
Quero ter você bem mais que perto
Com você eu sinto o céu aberto
Quero ter você bem mais que perto
Com você eu sinto o céu aberto...




Ontem Deus se personificou e me disse que quer me acompanhar...

Que tal fazer dessa música a minha resposta pra Ele?

sábado, 25 de abril de 2009

APRENDENDO COM ''A VIDA' DE MADRE TERESA DE CALCUTÁ


A VIDA
(Madre Tereza de Calcutá)

A vida é uma oportunidade, aproveita-a.
A vida é beleza, admira-a.
A vida é beatificação, saborei-a.
A vida é sonho, torna-o realidade.
A vida é um desafio, enfrenta-o.
A vida é um dever, cumpre-o.
A vida é um jogo, joga-o.
A vida é preciosa, cuida-a.
A vida é riqueza, conserva-a.
A vida é amor, goza-a.
A vida é um mistério, desvela-o.
A vida é promessa, cumpre-a.
A vida é tristeza, supera-a.
A vida é um hino, canta-o.
A vida é um combate, aceita-o.
A vida é tragédia, domina-a.
A vida é aventura, afronta-a.
A vida é felicidade, merece-a.
A vida é a VIDA, defende-a.



Obs: Madre Teresa de Calcutá, cujo nome verdadeiro é Agnes Gonxha Bojaxhiu, (Skopje, 27 de Agosto de 1910Calcutá, 5 de Setembro de 1997) foi uma missionária católica albanesa, nascida na República da Macedônia e naturalizada indiana beatificada pela Igreja Católica. Considerada a missionária do século XX, concretizou o projeto de apoiar e recuperar os desprotegidos na Índia. Através da sua congregação "Missionárias da Caridade", partiu em direção à conquista de um mundo que acabou rendido ao seu apelo de ajudar o mais pobre dos pobres.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

O MISTÉRIO DAS COUSAS


A existência humana pode ser vista sob uma perspectiva de análise como a perpetuação da ditocomia 'ciência x fé'. Ora, com a ciência comprovamos a existência das coisas visíveis, tangíveis, reais. Com a fé, decidimos por crer na existência de uma realidade que totalmente é por si mesma, transcedente aos olhos empíricos. Esse duelo de titãs, com seus milhares de soldados quase em sua totalidade armados e preparados para a defesa de seus posicionamentos, perpetuou-se pelos séculos.Na verdade, na verdade, enquanto esta realidade terrestre existir, este duelo continuará. Essa inquietação filosófica dos seres humanos no que tange a possível comprovação de duas (ou mais) esferas (realística e transcendental) é, como bem escreve Pessoa, o mistério das cousas.Em meio a tantas indagações e posicionamentos ferrenhos, recolho-me a minha insignificante existência, ao levar em consideração que todas 'as cousas' já existentes, e deixo para meditação um belo poema anti-filosófico - o que, no meu ponto de análise, não deixa de ser filosófico - de Fernando Pessoa, intitulado "O Mistério das Cousas".
O Mistério das Cousas
Alberto Caeiro (Fernando Pessoa)

Há Metafísica bastante em não pensar em nada.
O que penso eu do mundo?
Sei lá o que penso do mundo!
Se eu adoecesse pensaria nisso.
Que idéia tenho eu das cousas?
Que opinião tenho sobre as causas e os efeitos?
Que tenho eu meditado sobre Deus e a alma
E sobre a criação do Mundo?
Não sei. Para mim pensar nisso é fechar os olhos
E não pensar. É correr as cortinas}
Da minha janela (mas ela não tem cortinas).
O mistério das cousas?
Sei lá o que é mistério!
O único mistério é haver quem pense no mistério.
Quem está ao sol e fecha os olhos,
Começa a não saber o que é o sol}
E a pensar muitas cousas cheias de calor.
Mas abre os olhos e vê o sol,
E já não pode pensar em nada,
Porque a luz do sol vale mais que os pensamentos
De todos os filósofos e de todos os poetas.
A luz do sol não sabe o que faz
E por isso não erra e é comum e boa.
Metafísica? Que metafísica têm aquelas árvores?
A de serem verdes e copadas e de terem ramos
E a de dar fruto na sua hora, o que não nos faz pensar,
A nós, que não sabemos dar por elas.
Mas que melhor metafísica que a delas,
Que é a de não saber para que vivem
Nem saber o que não sabem?
"Constituição íntima das cousas"...
"Sentido íntimo do Universo" ...
Tudo isto é falso, tudo isto não quer dizer nada.
É incrível que se possa pensar em cousas dessas,
É como pensar em razões e fins
Quando o começo da manhã está raiando, e pelos lados das árvores
Um vago ouro lustroso vai perdendo a escuridão.
Pensar no sentido íntimo das cousas
É acrescentado, como pensar na saúde
Ou levar um copo à água das fontes.
O único sentido íntimo das cousas
É elas não terem sentido íntimo nenhum.
Não acredito em Deus porque nunca o vi.
Se ele quisesse que eu acreditasse nele,
Sem dúvida que viria falar comigo
E entraria pela minha porta dentro
Dizendo-me, Aqui estou!
(Isto é talvez ridículo aos ouvidos
De que, por não saber o que é olhar para as cousas,
Não compreende quem fala delas
Com o modo de falar que reparar para elas ensina.)
Mas se Deus é as flores e as árvores
E os montes e sol e o luar,
Então acredito nele,
Então acredito nele a toda a hora,
E a minha vida é toda uma oração e uma missa,
E uma comunhão com os olhos e pelos ouvidos.
Mas se Deus é as árvores e as flores
E os montes e o luar e o sol,
Para que lhe chamo eu Deus?
Chamo-lhe flores e árvores e montes e sol e luar;
Porque, se ele se fez, para eu o ver,
Sol e luar e flores e árvores e montes,
Se ele me aparece como sendo árvores e montes
E luar e sol e flores,
É que ele quer que eu o conheça
Como árvores e montes e flores e luar e sol.
E por isso eu obedeço-lhe,
(Que mais sei eu de Deus que Deus de si próprio?),
Obedeço-lhe a viver, espontaneamente,
Como quem abre os olhos e vê,
E chamo-lhe luar e sol e flores e árvores e montes,
E amo-o sem pensar nele,
E penso-o vendo e ouvindo,
E ando com ele a toda a hora.

sexta-feira, 20 de março de 2009

FIZERAM A GENTE ACREDITAR ...


“Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Não contaram pra nós que amor não é acionado, nem chega com hora marcada.

Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável.

Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada 'dois em um': duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação... Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável.

Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos.

Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto.

Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão erradas, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar alternativas.

Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente. Cada um vai ter que descobrir sozinho.

E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém'


(John Lennon)

quarta-feira, 18 de março de 2009

CLODOVIL: MORREU E VIROU SANTO!


Dizem que depois que as pessoas morrem, viram ‘santas’. Raramente se vê alguém falando mal de um defunto. Quando eu morrer não desejo virar ‘santo’, para quem nunca me viu assim. Pelo contrário, por não ter sido considerado por estas pessoas como ‘santo’ - e por tal razão não termos tido aproximidade -, espero sinceramente que elas compareçam ao meu velório, e se possível, que teçam comentários maliciosos a meu respeito e depois confiram se realmente ficaram livres de mim. Até porque se não fizerem isto na vida, foi porque eu fiz primeiro. Existem alguns velórios que não perco por nada nessa vida! A não ser que eu tenha ido primeiro!

Enfim, algumas pessoas marcam sua passagem na terra pela singularidade de personalidade. Diferente da maioria das pessoas, morreu ontem o estilista, apresentador de televisão e deputado federal Clodovil Hernandes, conhecido pelo seu posicionamento sincero em relação à sua orientação sexual e sobre tudo o que opina, uma vez que não se preocupa em ser politicamente correto – algo tão em voga – quando queria expor seu ponto de vista.

Talvez o maior ícone de um extrato social – o homossexual – nem por isso defendia os direitos de seus semelhantes. Dizia não crer em Deus e sim numa força maior, talvez a da natureza. Causou polêmica ao expor juízos de valores sobre negros, judeus e prostituição. No Congresso foi visto como uma figura transgênica. Por estas razões ou é visto como alguém de personalidade que por isto irá fazer falta no cenário brasileiro, ou como um ser repugnante, que se acha melhor do que as outras pessoas. Considero que ele foi um artista diferente da maioria. Era inteligente, sarcástico, por isso, polêmico.

Como artista, Clodovil era assim. Ele fará falta pela ausência atual de pessoas públicas, que se tornaram polêmicas – como também foi Dercy Gonçalves – por dizer algumas verdades, que precisam (ou não) ser ditas, mesmo que seja para o entretenimento geral da nação.

Não gosto muito de pessoas comuns demais. No geral, posso até não gostar do posicionamento que se alguém decide tomar, não concordar com suas vontades, mas ter personalidade própria e saber se posicionar diante das circunstâncias da vida é uma qualidade imprescindível. Gosto de pessoas inteligentes, singulares. Merecem o respeito e a admiração. Se irão virar 'santas' depois de mortas, isso depende da opinião alheia!

sábado, 14 de março de 2009

SOMOS TODOS CRISTÃOS


Volta e meia surge um novo grupo no cenário musical nacional com algum rit marcante, nem que seja numa única frase. Nesse final de semana resolvi procurar na internet por uma música em destaque na televisão. Entre as canções divulgadas na publicidade, uma me chamou a atenção, dizia: “foi sem você que pude entender....”. Pesquisando a respeito, descobri que a canção ‘Sem você’ é de uma banda que completa vinte anos, intitulada ‘Rosa de Saron’, que caminha pelo rock e apresenta músicas interessantes.

A novidade é que esta banda é publicamente católica. Entre as várias músicas do último trabalho, em referência aos 20 anos da banda, com uma gravação ao vivo e acústico, apenas a canção ‘Linda Menina’ faz referência direta ao credo católico em relação à fé em Maria, as outras são de cunho pessoal ou de reflexões sentimentais e também algumas que expressam a crença cristã de forma genérica. Lembrei-me de ‘Pimentas do Reino’, porque assim como ‘Rosa de Saron’, no ano passado, também ultrapassou a margem religiosa e conquistar notoriedade secular, principalmente com o sucesso ‘Pensando em você’. Àquela época, surgiu toda uma polêmica por ser a banda formada por integrantes que se denominavam evangélicos, que faziam músicas não somente para evangélicos.

Parece-me que isto têm se tornado uma tendência. Cantores renomados entre seus rebanhos cristãos, como Aline Barros e Pe. Fabio de Melo têm dito a oportunidade de alcançar outros públicos além dos componentes de suas comunidades religiosas, principalmente através da mídia televisiva. Neste contexto, surgem posicionamentos intrigantes. De uma ala há os tradicionalistas que vêem com maus olhos esta mistura entre sacro e secular, entre o religioso e o mundano, entre o eclesiástico e o midiático. Amedrontam-se com a possibilidade de seu rebanho ouvir outros ritmos diferentes do que estão acostumados. Por sua vez, os liberais fundamentalistas crêem que finalmente caminhamos para a unificação dos segmentos cristãos, quase numa filosofia utópica emprenhada num discurso lúdico e inclusivo.

Nesse meio todo me lembrei de um texto de autoria de Reinaldo Azevedo, colunista de uma grande revista de circulação nacional, intitulado ‘Somos todos cristãos’. Fazendo uma relação do cristianismo com a filosofia e a como se deu o fortalecimento desta religião num contexto mundial, passando principalmente sobre a importância do papel feminista para este fortalecimento, Azevedo escreveu:

“Cristo é e seguirá sendo a principal referência do que reconhecemos no Ocidente como a nossa "cultura" porque somos todos cristãos. Se não formos pela fé, seremos pela história; se não formos porque devotos da Revelação, seremos porque caudatários de uma revolução. Cristãos, ateus, judeus, islâmicos, budistas, materialistas, espíritas, agnósticos, comungamos de um patrimônio que entendemos como um ideal de civilização e de justiça”.

Culturalmente, na mente ocidental, se não se devota à Cristo, segue-se seus princípios civilizadores e de justiça, que incluem o respeito à vida, ao amor próprio e ao próximo, o direito de escolha e de diversidade, o senso de justiça, de moral, de ética, de ponderável, de aceitabilidade. Concordo com o articulista porque se trata de um patrimônio, que, de tão enraizado pelos séculos, vê-se natural nos comportamentos humanos, realmente independentemente de credos religiosos.

Nesse sentido, e retornando ao assunto da postagem que é a banda Rosa de Saron, compreendo como salutar que pessoas cristãs, independentemente de qual seguimento – católico ou protestante – consigam demonstrar através das artes, seja musical ou de qualquer outra forma, estes princípios cristãos, aliado a fé e circunstâncias humanas, que não escolhem credos, como nossos sentimentos e relacionamentos amorosos. Quanto ao conteúdo das músicas, particularmente, gostei. É uma excepcionalidade entre as novidades musicais dos últimos anos. Músicas bem elaboradas e aprazíveis de ouvir. Recomendo.

Abaixo um videomontagem a partir da letra da música 'As Dores do Silêncio'. Arrepiante!


Para quem quiser ler o texto de Azevedo, clique no link:

domingo, 8 de março de 2009

CADA MACACO NO SEU GALHO


Gerou polêmica esta semana a notícia que o arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, decidiu excomungar a mãe e médicos que realizaram o procedimento de interromper a gravidez, na ultima quarta-feira dia 04, de uma menina de apenas 9 anos de idade, que fora estuprada pelo padrasto de 23 anos de idade, e engravidou de gêmeos. De acordo com o religioso, para a Igreja Católica, o aborto é um "crime mais grave que o estupro".

O presidente Lula, cidadão brasileiro, cristão católico, que não conseguiu ficar calado diante da polêmica, na sexta-feira afirmou que "... não é possível permitir que uma menina estuprada pelo padrasto tenha esse filho. Até porque a menina que corria risco de morte. Nesse aspecto, a medicina está mais correta que a Igreja" foi rebatido pelo arcebispo que o orientou procurar apoio em assessoria teológica antes de se pronunciar a respeito de assuntos religiosos.

O assunto levantou a discussão sobre o papel da Igreja em relação ao Estado, que no caso promoveu uma medida para a sobrevivência da própria gestante, sendo a excepcionalidade da criminalidade do aborto percebida. Juridicamente, e amparado pelo Estado, que se fez presente com a atuação do Ministério Público por ser a gestante civilmente incapaz para seus atos, os médicos fizeram o que lhes fora ensinado e mesmo o que lhes é exigido pelas organizações de classes.

O dilema gira, sobretudo, em relação à eficácia de tal determinação da Igreja Católica. Ser excomungado nos dias de hoje pelas instituições religiosas já não traz arrepios. Não existem mais fogueiras em praças públicas para dar cabo à ‘pecadores’. Os médicos não se importaram pela decisão papal aplicada pelo arcebispo. Parece-me que lhes soou ser mais cristão a dignidade da vida humana da VÍTIMA, do que as arbitrariedades impostas pela Igreja Católica. Ao contrário, soa ridiculamente tal decisão eclesiástica quando afirma que realizar o aborto para evitar a morte VÍTIMA gestante é um crime pior que o estupro. Mesmo que de forma imediata não se queira induzir, parece-me que para os religiosos, em tela, ser vítima é pior do que ser estuprador. É um endosso a prática do crime de estupro, porque afinal, as próximas vítimas de violência sexual, que forem católicas, terão que gestar algo que lhes faz mal unicamente por ser fruto de um ato brutíssimo, desumano, cruel, macabro.

O que se percebe na realidade é que o fundamentalismo, o tradicionalismo e os costumes religiosos estão ainda em vigor quanto da aplicabilidade de leis estanques, arcaicas, pelas instituições religiosas. A justiça fria, o conservadorismo hipócrita, faz com que posicionamentos como estes nos façam analisar por quais trilhas caminham as religiões e o que é ser, individualmente, religioso em nossos dias.

A aplicação da leitura morta da lei é pior do que a não aplicabilidade de lei alguma. Fere o Estado Democrático de Direito em que vivemos, onde o Estado que deve manter-se laico, vê-se criticado por um segmento religioso. A teocracia já não faz mais parte da historia político-governamental de nossa nação há séculos. Erra a Igreja ao tentar ditar normas ao Estado e ao tentar inibir que o Presidente da República, que fazendo uso do seu direito de exposição de opinião, posicione-se a favor do ato médico realizado. Valente que é este arcebispo deveria agora, seguindo sua linha de raciocínio, excomungar também o presidente Lula, por apologia ao aborto. Aliás, a prática da intimidação por autoridades religiosas também já caiu em desuso completamente, até mesmo por questões morais. Particularmente, creio que o arcebispo não tem tamanha coragem, até porque opinião de um presidente não é tratada a de uma VÍTIMA de estupro qualquer.

Todos os atos religiosos fundamentalistas, xiitas, sejam eles cristãos – e neste aspecto não pode esquecer-se dos protestantes – ou de outras manifestações de crenças transcendentais, devem ser vistos com cautela.

No caso, o fundamentalismo cristão é interpretação paupérrima dos ensinamentos do líder de tal religião. Jesus, o Deus homem, estabeleceu princípios entre seus seguidores que demonstram o respeito ao próximo, ao amor à vida, à dignidade humana, à inclusão e à diversidade de idéias, vontades e posicionamentos. Cristo não ensinou ser taxativo na aplicação da lei. Pelo contrário, o desenvolvimento hermenêutico dos ordenamentos jurídicos é facilmente captado na leitura de suas passagens e percebido em suas atividades. O que falar da mulher adultera, da parábola do bom samaritano, do trabalho no dia de sábado e tantas outras passagens?

Sugiro aos fundamentalistas religiosos, que se preocupam em cuidar da vida alheia quando na verdade deveria se preocupar em pregar a graça do amor de/e à Cristo e ao próximo, que procurem seguir o ensinamento cantado por Caetano Veloso: “... cada macaco no seu galho, eu não me canso de cantar...”, já que seguir aos ensinamentos de Cristo é complicado.

Ser religioso, ser Igreja, no século XXI, precisa ser diferente do século III, quando a Igreja Católica era o Estado. E ser Estado hoje é ser garantidor dos direitos elementares à dignidade humana, e entre estes, o direito à vida, o qual, no caso, foi protegido, uma vez que a única vida que realmente se salvaria era a da vítima, pois caso fosse prosseguida a gestação, tanto VÍTIMA como fetos não sobreviveriam.

Cada macaco no seu galho... a Igreja não deve esquecer de se lembrar!

sexta-feira, 6 de março de 2009

MINISTÉRIO COM SURDOS: POR QUE PAREI?

Texto escrito na madrugada do domingo 22 de fevereiro de 2009. Depois de escrevê-lo, achei por bem não publicá-lo. Hoje, revendo-o decidi pela publicação. Antes de ser um desabafo pessoal serve para a análise de nossas decisões humanas em relação às experiências religiosas em comunidades de fé, de como estas experiências nos marcam, nos moldam, nos ensinam e nos formam. Fiz algumas alterações, quase todas em aspectos meramente lingüísticos. Espero que não ofenda a ninguém e que você, leitor, goste, e pense na sua experiência religiosa antes de exercer juízo de valor.


Quem conhece a história completa da minha vida sabe que me dediquei dos 11 aos 23 anos, de forma ininterrupta, ao Ministério com Surdos que liderava, na minha igreja. Sabe que empenhei constantemente a uma proposta religiosa que visava, sobretudo, a evangelização e a promoção social dos surdos de Valadares, e que para tanto, acabei tornando-me, por forças das circunstâncias, um representante dos anseios deste estrato social.

Ao sair de Valadares ano passado não pensava que meus planos não obteriam êxito. A possibilidade de que caso nada desse certo e eu ter que voltar para minha cidade e para meu contexto, até aquele momento não fora considerada. Acontece que foi isso que aconteceu. Voltei. Entretanto, não atuo mais neste Ministério.

Isso tem causado um incômodo em algumas pessoas, que acaba por me incomodar também. Ser ‘cobrado’ a continuar fazendo o que sempre me viram fazer é uma das coisas mais desagradáveis que vivencio. Brinco dizendo que ‘completei a carreira e perdi a fé’. Mas essa brincadeira tem um fundo de verdade.Então, para os que queriam saber por que parei minhas atividades eclesiásticas com surdos, destaco entre outras, quatro razões:




1. PORQUE NUNCA PEDIRAM PARA EU COMEÇAR:

Exatamente! Os surdos nunca me pediram para eu começar, para eu evangelizá-los, para ‘salvá-los da perdição’, para incluí-los na sociedade. Eu que quis e fui atrás. Por anos, ás vezes futilmente preocupado em aspectos quantitativos, perguntava-me o que podia ser feito para que o Ministério expandisse e alcançasse mais surdos, porém a resposta só encontrei no final de 2007, quando uma surda sinalizou para mim essa razão: "NÓS SURDOS NUNCA PEDIR VOCE FAZER NADA POR NÓS. VOCÊ FEZ PORQUE VOCÊ QUERER".

Aquilo doeu muito no momento. Creio que ela nem se lembre mais que me disse isto, pois continuamos amigos. Enfim. Mas com o tempo aquelas palavras fizeram razão para mim. E quando isto aconteceu, foi como se a ficha tivesse caído. Realmente, muitas vezes me martirizei tanto por algo que não me foi pedido. E isso é tão comum em ministérios de outras igrejas. Vejo pessoas tão ‘ativistas’, batalhadoras e que não vêem resultados e que ficam frustradas. Apesar de ser uma experiência pessoal, para estes ‘companheiros de missão’ deixo essa indagação: os surdos realmente te pediram alguma coisa?

Aprendi somente agora que não devo fazer nada além de minhas forças. Hoje, e depois de compreender isto, confesso que não tenho mais forças para continuar. Então, já que não me foi pedido, e que já não tenho mais forças para continuar, resolvi parar.


2. PORQUE JÁ FIZ O PUDE NAQUELE CONTEXTO:

Poderia elencar aqui diversas razões pelas quais eu já tinha a compreensão comigo mesmo de que meu tempo já havia esgotado. O certo é que decorridos 12 anos, no mesmo lugar, todos os domingos pela manhã, de noite, EBD, associação, etc, enfim, aquilo já tinha se tornado uma rotina, que se desenvolveu, sobretudo, de forma pesada e impensada. Tal como um relacionamento que se desgasta com o tempo assim se tornou minha relação com aqueles surdos. Já tinha ensinado o que poderia ter ensinado. Já tinha aprendido o que podia ter aprendido. Já tinha me dedicado, dentro das minhas possibilidades, o máximo que pude. Já tinha o resultado realístico que não se alteraria para melhor mais. O estado de estagnação era preponderante. Mesmo que eu não tivesse me mudado de cidade, essa situação teria que chegar ao fim.

Pode ser que a vida com suas reviravoltas, faça-me um dia retornar, mas isto só ocorrerá se for em outra igreja, em outro contexto e se principalmente todas as razões elencadas aqui – e outras mais - deixarem de existir, de fato. Se não for assim, realmente parei por aqui.


3. PORQUE NÃO ME VI VALORIZADO:

Sei que este aspecto pode ser compreendido por você que o lerá de diversas formas. Não quero leia-o como uma crítica da minha parte, até porque o que aconteceu e relatarei logo abaixo, foi com o meu pleno consentimento. Então, se há alguém culpado, o principal culpado, sou eu mesmo. Mas enfim, vamos lá:

Não me vi valorizado primeiramente pelos próprios surdos. É entendimento corrente entre os que têm ‘tempo de carreira’ neste segmento que os surdos tratam-nos como os cegos tratam suas bengalas. Até quando for necessário o uso das bengalas, estas (as bengalas) são consideradas úteis para os cegos. No dia em que parece um cão-guia, ou mesmo ela (bengala) começa a apresentar defeitos pelo tempo, é descartada por outra nova. Assim somos nós ouvintes que atuam em prol da comunidade surda, seja dentro do segmento eclesiástico, seja em nível social, educacional, político. E isto já se tornou até piada no meio deles. A partir disto, com o passar do tempo fui vendo que, com raríssimas exceções, os surdos só me procuravam quando lhes era necessário. A ingênua amizade recíproca deu lugar ao utilitarismo. E disto, estou fora, sejam as pessoas surdas ou ouvintes.

Outro aspecto onde não me vi valorizado foi no próprio contexto eclesiástico. Se fosse levado em consideração os aspectos como formação acadêmica na área, possibilidades financeiras e casos análogos - tais como congregações, adolescentes, juventude, música - o reconhecimento, sobretudo em aspectos financeiros, deveria ter existido. Aprender LIBRAS, se atualizar constantemente, dedicar-se ao longo processo de conhecimento de campo, trabalhar como um pastor específico para eles demandou-me tempo, custos, dedicação, etc. E se para outros casos – leia-se ministérios - na minha experiência, isto era levado em consideração, nada mais justo que isso se expandisse para o ministério com surdos e eu fosse contemplado. Nunca aconteceu e eu não iria pedir, aliás, como nunca pedi.

Entendo que reconhecimento vai além de se parabenizar nos finais dos cultos (e isso, que não custa nada, foi tão raro durante doze anos). Reconhecimento passa por valorização, por estimular, por investir em progredir e prosseguir neste caminho. Não encontrei na minha experiência esta valorização. E isto não é uma experiência somente minha. Percebo que muitas igrejas gostam de se mostrarem inclusivas, mas não valorizam financeiramente as pessoas que doam suas vidas em prol daquilo. Hoje, as igrejas que mantém belos ministérios com surdos foram as que aprenderam que pessoas que atuam com surdos abdicam de muitas coisas de suas vidas, e por isso, são dignas de seus salários. O Estado, que aprendeu com a igreja a incluir, já percebeu isto e sabe valorizar minhas qualificações na área, tanto o é que hoje meu contato com surdos é meramente profissional, na seara da Administração Pública!

Portanto, sendo que eu consenti que isto me envolvesse, coube somente a mim essa decisão de parar. Não culpo a ninguém por isto, apenas a mim mesmo. Ficou a lição de que devo valorizar quem se dedica a viver em prol das coisas religiosas, porque além dos temores típicos de sua fé, estas abdicam constantemente de outras fontes de recursos de sobrevivência, e só por isso, já fazem jus ao reconhecimento financeiro para sobreviverem.


4. PORQUE AFETOU MINHA SAUDE EMOCIONAL E MINHA FÉ:

Esta talvez seja a razão que mais me afetou, levando-me a esta decisão. Deixar de ser chamado pelo nome próprio para ser reconhecido como o ‘rapaz dos surdos’, ‘o intérprete dos surdos’, afeta qualquer estrutura emocional. Chegou ao ponto onde estava me fazia mal. Não me sentia mais feliz. Ver que minha vida eclesiástica é sinônima de surdez é horrível. Saber que não pude entrar na minha igreja e participar de um culto como alguém normal por 12 anos estava me deixando angustiado. Minha estrutura psicológica estava pedindo para parar. Meu corpo, robótico que se tornou, idem.

O pior foi quando esse cansaço emocional começou a afetar minha fé, fragilizando-a. Comecei a colocar em cheque tudo que aprendi a respeito de Deus. Indaguei: poderia Ele deixar-me chegar neste ponto se o que mais desejei era somente serví-lo? Será que Deus usaria da minha humilhação (porque em alguns momentos foi isso que vivi) para alcançar os objetivos tidos ‘cristãos’ pelos quais eu lutava? Seria Deus um Deus injusto, que não valoriza a dignidade humana, a começar pela minha? Precisava mesmo eu passar todo esse martírio para serví-lo, para fazê-lo conhecido e aceito no meio deste estrato social?

A primeira razão exposta no inicio desta postagem me fez cessar esses questionamentos de fé, essa crise. Será que Deus em algum momento me pediu para fazer isto? A partir desta pergunta que fiz a mim mesmo, senti como se tivesse tirado um fardo das costas, e Deus do paredão em que o tinha colocado. Minha fé hoje sofre os efeitos disto, a partir do momento em que tenho procurado me manter mais pela racionalidade da fé, e partir disto, determinadas atitudes e comportamentos eclesiásticos me faz perguntar: Deus pediu realmente isto para esse povo? Será que Ele está nisto mesmo?



Enfim, é claro que há outras justificativas para eu ter parado. Algumas que não publicaria porque só interessam a mim e a Deus. Ele as conhece e sabe que, independentemente de qualquer coisa que aconteceu ou venha a acontecer, eu o amo. Eu sei, que como pecador que sou, sou carente de sua graça e de seu amor constante sobre mim. E que essa graça me basta e é tudo o que necessito.

A vida continuará. Não sei quais as próximas páginas que serão escritas, nem se em seus conteúdos haverá a presença dos surdos ou da língua de sinais, numa visão eclesiástica. Provavelmente, de forma ou outra, continuarão presentes, pelo menos no aspecto acadêmico (ensino e aprendizado lingüístico) e sócio-jurídico. Só sei que nas páginas que hoje escrevo, esta decisão está sendo marcada, porque me faz bem, porque me é necessário tomá-la.

Valeu-me a pena essa experiência religiosa? Lógico! Viveria tudo de novo? Acho que não, mas os aprendizados estarão para sempre na minha existência.

Espero ter explicado e encerrado o assunto, bem como as inconvenientes cobranças! Página virada!

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

DESEJOS DE VITOR HUGO


DESEJOS - VITOR HUGO

Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.


Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.


Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.


Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.


Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.


Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.


Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você se sentirá bem por nada.


Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.


Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga "Isso é meu",
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.


Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.


Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar ".



Vitor Hugo viveu entre 1802 a 1885 na França - Escritor e poeta de grande atuação politica em seu país. A imagem é um desenho de Victor Hugo: Le Rocher de l'Ermitage dans un paysage imaginaire, 1855.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

CONFISSÕES AO VENTO I


Confesso que estar com a saúde debilitada faz-me constantemente refletir sobre minha existência, sobre meus caminhos trilhados. Fazer acompanhamento medicamentoso para depressão, síndrome do pânico e outras questões psíquicas nunca esteve nos meus planos. Ter que tomar dezenas de comprimidos, evitar algumas atividades e procurar viver menos afastado das demais pessoas, é tudo o que não queria para momento, mas vou tentar fazer isto, nem que seja para fazer valer a pena as centenas de reais gastos em consultas médicas e remédios, caríssimos, aliás.

Confesso, por ter falado em planos, que já não os tenho. Talvez seja por isso a que minha saúde esteja debilitada. Quase todos meus últimos planos no último verão não foram pra frente, seja porque confiei muito em mim, nas promessas dos outros ou mesmo na sorte. A partir disto, penso: para que tê-los? Sofrer, caso não ocorram? Prefiro ir vivendo a vida, deixando que ela trace as ladeiras que terei que percorrer, cada uma no seu tempo, isto é se tenho mesmo que percorrê-las. Pelo andar da carruagem, creio que muito em breve estarei liberando meus cavalos para outros donos.

Confesso que me sinto culpado pelas atuais circunstâncias onde o tédio me detém com uma força que não há solução na fé, na razão ou na boa intenção alheia. Culpo-me por ter ora achado-me mais esperto do que os outros, ora mais inocente do que deveria ter sido. Ora falar mais do que devo, orar silenciar-me mais do que necessário. Há coisas que precisam ser ditas, mesmo que óbvias. Ás vezes, não me dou conta disto!

Confesso que fico puto com a existência de dois pesos e duas medidas em instituições sociais que deveriam prezar pela equidade entre seus membros, pela respeitabilidade, pela razoabilidade das decisões, pelos princípios da ampla defesa e do contraditório. Aliás, fico de tal forma por ver que a imperatividade da lei fria ainda impera em muitos corações que propagam conhecer uma nova mentalidade e estilo de vida, onde a inclusão e a valorização da dignidade humana pessoal e recíproca são elementares. Dois pesos e duas medidas é justiça morta, fria, insalubre, ineficaz, com ardor de podridão e hipocrisia, exalados pelos orgulhosos ‘cátedras’ que por hora tomaram o poder, e embriagados pela sua fascinação, mandam e desmanda como ditadores, em nome de um entidade, que passa longe daquilo tudo.

Ufa, vento digere isso aí! Até breve!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

O MELHOR LUGAR DO MUNDO

No mundo ainda existem belezas
que alegram a vida e nos fazem sonhar.
Recantos felizes da natureza,
onde qualquer ser humano gostaria de estar.
Mas de todos os lugares o mais bonito e inspirador
É onde fico em oração junto aos pés do Salvador

O melhor lugar do mundo é aos pés do salvador,
É ali onde a esperança trás alívio ao sofredor.
É ali onde eu me encontro com a fonte do amor.
O melhor lugar do mundo é aos pés do Salvador!

Sonhamos com casas que tenham conforto,
talvez numa encosta com vista pro mar.
Mas as maravilhas não fazem sentido
se Cristo não está em primeiro lugar
Ao sentir a paz de Deus,
o seu poder e amor profundo
Eu posso estar onde for, estou feliz
por me encontrar no melhor lugar do mundo...

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

E O POVO FALA, O POVO FALA MESMO!


Basta acontecer algo anormal para as línguas maldosas ficarem todas eufóricas para comentar, e em questão de segundos, a notícia, às vezes até irrelevante, espalha-se à quatro cantos, toda contorcida, aumentada, e quem sabe, até mesmo totalmente alterada.

Hoje é assim: se te vêem na companhia de uma moça, é sua namorada. Se te vêem na companhia de um rapaz, duvidam da sua sexualidade. Se te vêem num bar tomando guaraná, a notícia é que você quer superar a fama do Zeca Pagodinho. Se você passa na rua onde há uma boate, você fez até strep tease por lá. Se alguém da sua empresa ou repartição é detido para prestar esclarecimentos sobre qualquer investigação, você já foi julgado e condenado como um marginal, ladrão, assassino e outros adjetivos carinhosos. Se você engorda, você é folgado. Se você emagrece, está com câncer. Se você anda de carro popular, é pra disfarçar. Se você anda com o carro da moda, deve está aprontando. Se a moça engorda, embuchou. se emagreceu, é porque levou um pé na bunda. Se está desempregado, é porque não procura emprego. Se está trabalhando, o salário é pouco e a empresa não te valoriza. Se é educado, é um besta. Se é grosso, é um cavalo.

Se a crença comum de que a vox populi é vox dei for verdadeira, algo lá por cima ou por aqui mesmo, está descontrolado, fora do seu devido local. O povo parece ter um prazer quase hedonista, quase um orgasmo sexual, em detonar a vida alheia, em fazer da vida das pessoas uma calamidade. A língua coça, o veneno escorre pela boca e queixo a fora. Veja por exemplo o que se tornou o mundo das ‘celebridades’, é algo bilionário. Nunca se gostou tanto em falar da vida alheia!

Caso mais recente: Susana Vieira. Casou-se com militar metido a performista de primeira qualidade em quadra de escola de samba. Levou um chifre, pagou a conta do motel destruído, mesmo assim perdoou o marido, mas brigou denovo, se separou novamente. Ele, sem dinheiro e a fama que a senhorinha folgosa lhe proporcionava, foi pra televisão reclamar da atriz juntamente com a amante. Seu final: morreu entupido de drogas na garagem de um condomínio de luxo. A atriz selerepe com seus mais de 60 anos de idade, se diz gostosona, pronta pra outra, mas admite que ter medo de encontrar outro marginal. Coitada, tão inocente! Pergunto: e eu com isso? Sou filho, neto, bisneto, sobrinho, empregado, o escambau a quatro, alguma coisa dessa senhora saliente? Pra quê preciso saber disto? O que me acrescenta saber e acompanhar na TV todos os últimos acontecimentos de sua vida particular? Parece que saber e divulgar todos os detalhes das desgraças alheias é uma espécie de fortificante para alguns que, provavelmente, às escondidas, cometem coisas que podem ser consideradas muito piores do que as que se tornaram públicas, com a desgraça alheia divulgada pela mídia.

Você quer deixar um fofoqueiro frustrado? Fique em silêncio diante de suas perguntas, isso lhe impõe respeito perante o fofoqueiro. Ele irá se acalmar. Mas o verdadeiro fofoqueiro, este, não sossega até conseguir alguma informação, algo ‘bafão’, e quando obtém êxito fica todo excitado. Tem assunto para render, para meter a lenha por dias.

Sábio foi o autor de Eclesiastes que no capítulo 27 escreveu: “Na companhia dos tolos, guarda tuas palavras para outra ocasião. Sê de preferência assíduo junto às pessoas ponderadas” (v. 13). O problema do fofoqueiro é que ele não se dá conta de sua tolice, de sua baixeza, de sua mesquinhez, de sua futilidade.

Andar junto às pessoas ponderadas é o melhor caminho para não se contaminar com os venenos dos tolos fofoqueiros e para poder ser você mesmo em qualquer ocasião. Caso contrário, lembre-se da canção: “o povo fala, o povo fala mesmo...”

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

TETEL E PAULINHA: ETERNOS AMIGOS


Há muito tenho querido escrever o que hoje decidi fazer. Quero falar sobre estes dois acima. Quem os conhece, sabe quem são. E quem me conhece sabe a importância de ambos na minha vida. Tetel e Paulinha foram dois furacões que passaram na minha vida durante os três últimos anos, destruindo paradigmas que precisavam realmente deixar de existirem, alterando minha forma de ver e viver a fé cristã, sem a falsidade e a hipocrisia existente nas instituições coorporativas religiosas e nas comunidades religiosas, demonstrando que amizade não é estar todo o dia em contato, com sorrisos forçados, mas sim saber que de alguma forma ou outra, contribuímos para o crescimento do próximo como ser humano.

Me lembro da primeira vez que os ouvi. Estava eu interpretando quando os vi, na quadra. Tetel com os olhos arregalhados, temeroso. Paulinha séria, compenetrada como sempre, e Carol tímida. Com uma semana eu chorei feito uma criança pro Tetel, desesperado por uma situação, e ele assustado em ver um cara grande como eu chorando, que nem conhecia direito, com suas sábias palavras me deixou o primeiro aprendizado que me lembro até hoje, algo dito com outras palavras como: o tempo é o melhor remédio para vermos nossa real situação e avaliarmos o que os outros fazem de mal para nós. Aconselhou-me a acalmar e depois resolveríamos aquela situação. E de certa forma, resolveu. Seu apoio, àquela época foi fundamental para mim. Com o passar o tempo e com a aproximação começamos a viajar juntos: Tarumirim, Ipatinga, Mendes Pimentel e BH. Outro fato importante que me lembro de Tetel, foi no velório do meu avô. Ter presenciado a morte do meu querido avô no hospital e todo o procedimento de enterro me fragilizou e ali, pouco tempo antes de fecharem o caixão, eu despedia do meu avô, triste, choroso e Tetel veio até a mim, me abraçou (e foi engraçado porque Tetel é muito menor do eu... hehehe), passou a mão na minha cabeça e disse: "seja forte amigo"! Aquilo me marcou. Passei também momentos alegres com Tetel: o casamento do Junior, as nossas viagens com as conversas mais mirabolantes possíveis, mas sempre recheadas de sinceridade - e creio que por isso nos tornamos amigos, o congresso com surdos que organizamos em meio a um escândalo público que me deixou sem voz - e eu não tive nada com o acontecido. Enfim, Tetel passou na minha vida de forma intensa, demonstrando ser um homem como qualquer um: desmitificou na minha mente que sacerdotes são santos, que ser crente é ser etnocêntrico, que somos mais importantes que nossos defeitos, que a amizade, a sinceridade e o amor à família valem mais do que ministérios, bens, salários astronômicos, que status sociais.

Paulinha, a eterna Cuca. De Paulinha guardo a sinceridade. Não consigo me lembrar de nenhum momento que passei com ela onde ela tenha faltado com a sinceridade. Aprendi com Paulinha que a vida não são mares de rosas, que sofremos e que precisamos nos reconstruir tão como a fênix, que somos falíveis, mas que a graça de Deus e o amor dos nossos próximos são maiores que nossos erros e que, principalmente, devemos viver intensamente nossa vida, mesmo que tenhamos que pagar um preço por isso. Recordo-me também de nossos papos sobre músicas, nossa sintonia em gosto com Ana Carolina e Jorge Vercilo. Com a Paulinha eu até cantei em um casamento - tudo bem que os noivos eram surdos, que maldade! Mas creio que Paulinha salvou a música, até porque eu errei tudo. Ainda bem que os noivos eram surdos mesmo!

Hoje distante de vocês e também do que planejamos para nossas vidas (eu em Valadares e vocês não mais aqui), confesso que tem sido difícil não encontrá-los no contexto em que nos conhecemos. Mas confesso que em três anos vivi o melhor da minha vida, como ser humano, como cristão e como pecador! Reafirmei para mim mesmo conceitos e crenças as quais valorizo e descartei crendices, práticas e costumes que me faziam um religioso, somente.

Espero sinceramente que a vida ainda nos faça ficarmos próximos novamente. Mas se isso não acontecer queridos, saibam que vocês marcam minha existência e que os amo e os guardo com um carinho especial dentro de mim, sem qualquer ressentimento, julgamento. Vocês fazem falta pra mim! Só posso agradecer aos céus pelos momentos vividos, pelo aprendizado e pela nossa amizade: pura, simples e sincera! Que vocês sigam seus caminhos, felizes e certos que vocês são especiais e marcantes por onde passam.

E não se esqueçam: vocês se tornam eternamente responsáveis pelo o que cativam!

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

APRENDENDO COM O TEMPO


Aprendi. Demorou muito, mas aprendi. O tempo é um exímio mestre. Ele me ensinou nos últimos dias que pessoas são mais importantes que suas crenças, que suas manifestações religiosas, e principalmente que brigar por 'propostas' religiosas, institucionais, não me leva a nada, não me traz benefícios, pelo contrário, afasta-me das pessoas, prejudica-me socialmente e principalmente interiormente, pois não coaduna com o que creio como correto.

Aprendi que cada ser possui sua espiritualidade. Saber lidar com ela, com suas manifestações práticas e sociais, é uma ESCOLHA individual. Não cabe a eu querer ser o salvador da pátria alheia. Posso e devo saber explicar a minha fé, mas isto não é e não deve ser sinônimo de intolerância, de xenofobia, de etnocentrismo, para com aqueles que vivem diferentemente da minha fé.

O valor da dignidade humana passa por isto: reconhecer que o ser humano tem o seu contato transcendental com o seu próprio deus (ou deuses), aquele que ele escolhe para se relacionar, e que devo respeitá-lo neste sentido. Tipificá-lo nas manifestações religiosas existentes é mero detalhe. O importante é o respeito ao direito de escolha do próximo. Em suma, em matéria de espiritualidade, hoje pra mim, é cada um por si...

Obrigado tempo, por estar a cada dia, pacientemente, me ensinando a ser uma pessoa melhor.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

FELIZ ANIVERSÁRIO


Hoje fiz 24 anos. Recebi muitos parabéns através da minha página no orkut, alguns via messenger, outros por telefonemas e da família e amigos íntimos pessoalmente. Na realidade nunca fui preso a comemorar aniversários. A cada dia estou mais convicto que aniversários faço a cada amanhecer. Números são apenas números, o que conta são as experiências de vida que acumulamos no caminhar da existência humana.


Agradeço de coração àqueles que lembraram da data, se manifestaram de alguma forma (e isto é o que vale). Aos que não se manifestaram não há problemas, talvez eu ainda não os manifestei motivos que os façam fazer isto! Nossa tarefa é cativar, é preparar o jardim para que as aves venham até ele!


Vou dormir feliz. Entre várias coisas que fiz hoje e que me trouxeram prazer, recebi uma notícia que me deixou muito feliz, bem como toda a família. Ela vai crescer! Foi meu presente de aniversário vindo dos céus. Ver os meus que estimo felizes, me faz feliz e é o melhor presente que posso receber!


Que venham mais 365 dias pela frente. Que eu cresça em todos os aspectos neste novo ano de vida! Que seja especial para os meus próximos! Que eu e meus próximos tenhamos saúde, paz, e amor!


Feliz Aniversário!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

APRENDENDO A SER CRIANÇA

Voltei ao tempo de criança. Tempo que por mim poderia nunca ter acabado. Tempo bom! Como fui feliz e só agora compreendo isto. Ser criança é ter a fragilidade de uma rosa e uma sabedoria que ultrapassa qualquer doutorado. Como é bom ter uma criança por perto! Como aprendemos mais do que ensinamos: aprendemos que a vida, na sua melhor fase, realmente é aquela, e por isto a importância de se cuidar bem das crianças, haja vista que por serem tão inocentes, estão expostas a qualquer perigo.

Voltei a ser criança ou encontrei resquícios de uma criança em mim lendo uma obra-prima mundialmente conhecida. Pude reler nestes últimos dias “O Pequeno Príncipe”, de Antonie de Saint-Exupéry. Como me fez bem! Aliviou a mente, a alma. Um misto de emoções, de pensamentos, de recordações. Meu primeiro contato com essa obra foi na década de 90 quando estava no ginásio, talvez quarta ou quinta série, não me lembro bem. Sei que, juntamente com “Dom Casmurro’, ‘Ilha Perdida’, ‘Éramos Seis’, este livro está registrado na memória de minha infância. Dele recordava-me somente da frase ‘tu te tornas eternamente responsável pelo que cativas’.

Mesmo já tendo lido-o na infância, relê-lo agora que sou jovem foi salutar. Ao contrário do que se acredita este livro não é direcionado para crianças. Ele fala de crianças, ou melhor, ele revive em adultos as crianças que um dia já foram, com seus medos, suas verdades, suas inocências e sabedorias.

Saint-Exupéry narra e ilustra, mergulhado num simbolismo, a trajetória do Pequeno Príncipe, que vivia num planeta, do tamanho de uma casa, que tinha três vulcões. Havia também neste planeta uma rosa, orgulhosa, que cria ser única, e que por isto arruinou a tranquilamente do Pequeno príncipe, fazendo com que este viajasse por diversos planetas, até que chegou a Terra. Aqui encontrou com a raposa, que sabiamente, soube conduzi-lo à descoberta do que realmente importa na vida, a saber: o amor, a amizade e o companheirismo. Ao contrário dos conselhos da raposa (Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos), o Pequeno menino de cabelos dourados Príncipe pode compreender com outras personagens do livro com quais se encontrou em outros planetas, que as ‘pessoas grandes’ se preocupam com coisas que são inúteis, bem como não sabem dar valor às coisas. Conheceu um rei que pensava que todos eram seus súditos, mas que não tinha ninguém perto; um contador que se dizia muito sério, mas não tinha tempo para sonhar; um geógrafo que se dizia sábio, mas nada conhecia da geografia do país em que vivia; um bêbado que assim era para esquecer a vergonha que sentia por embriagar-se; além da serpente.

A priori simplista tal obra traz em seu bojo riquíssimos ensinamentos, escrito de uma forma que leva o seu leitor a preocupar-se com o sentido humano da vida, de sua existência, com suas atitudes e comportamentos, com seus sentimentos, com seus valores, com seus julgamentos e com suas ‘certezas’. O autor pincela no leitor o mistério que todos nós, ‘pessoas grandes’, carregamos: a sabedoria da infância, tão importantes, mas que se passa imperceptível nos dias hodiernos, onde já não há tempo para recordações. É salutar a leitura. Faz-nos reencontrar a criança que em nós habita.

Refazer esta leitura me trouxe conceitos que sinceramente já havia perdido-os, compreensão prática de teorias aprendidas e até vivenciadas, que não me tinha dado noção. Ainda bem que as crianças são indulgentes com as pessoas grandes! Foi proveitoso, ao reler ‘Pequeno Príncipe’, reaprender os ensinamentos da sábia raposa: “A gente só conhece bem as coisas que cativou... Só se vê bem com o coração... O essencial é invisível para os olhos... Tu te tornas eternamente responsável pelo que cativas... A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixou cativar...”

Aprendi novamente, e de uma forma tão gostosa, a importância do amor, da amizade e do companheirismo.

“- As pessoas têm estrelas que não são as mesmas. Para uns, que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam de pequenas luzes. Para outros, os sábios, são problemas. Para o meu negociante, eram ouro. Mas todas essas estrelas se calam. Tu, porém, terás estrelas como ninguém...
- Que queres dizer?
- Quando olhares o céu de noite, porque habitarei uma delas, porque numa delas estarei rindo, então será como se todas as estrelas te rissem! E tu terás estrelas que sabem rir!
E ele riu mais uma vez
- E quando te houveres consolado (a gente sempre se consola), tu te sentirás contente por me teres conhecido.
Tu serás sempre meu amigo. Terás vontade de rir comigo.
E abrirás às vezes a janela à toa, por gosto ... E teus amigos ficarão espantados de ouvir-te rir olhando o céu. Tu explicarás então: “Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir!” E eles te julgarão maluco. Será uma peça que te prego...”


quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

NO ESPELHO DA ILUSÃO

Ana Carolina - Carvão

Surgiu como um clarão
Um raio me cortando a escuridão
E veio me puxando pela mão
Por onde não imaginei seguir
Me fez sentir tão bem, como ninguém
E eu fui me enganando sem sentir
E fui abrindo portas sem sair
Sonhando às cegas, sem dormir
Não sei quem é você

O amor em seu carvão
Foi me queimando em brasa num colchão
E me partiu em tantas pelo chão
Me colocou diante de um leão
O amor me consumiu, depois sumiu
E eu até perguntei, mas ninguém viu
E fui fechando o rosto sem sentir
E mesmo atenta, sem me distrair
Não sei quem é você

No espelho da ilusão
Se retocou pra outra traição
Tentou abrir as flores do perdão
Mas bati minha raiva no portão
E não mais me procure sem razão
Me deixa aqui e solta a minha mão
Eu fui fechando o tempo, sem chover
Fui fechando os meus olhos, pra esquecer
Quem é você?
Quem é você?
Quem é você?
Você...

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

EU PENSEI QUE FOSSE FORTE

Em alguns momentos da vida é necessário parar para pensar, para analisar o que temos feito, principalmente conosco mesmo, e com nossos sentimentos e desejos. Quando não fazemos isto, é porque pensamos que somos fortes o suficiente a ponto de vencer dificuldades, traumas e obstáculos insuperavéis, imperdoavéis e inalcançavéis.

Quando páro para pensar, para chorar ou mesmo para comemorar qualquer coisa, gosto de ouvir músicas. Tenho a cada dia me encantado com a beleza das músicas da cantora mineira Ana Carolina. Uma grande artista, completa, que entoa canções melodramáticas e que me marca profundamente, me faz recordar de momentos inesquecíveis. Ela merece uma postagem exclusiva. Espero um dia poder fazer isto aquilo. Ana Carolina foi minha psicóloga em 2008 quando conheci os corredores da minha vida, enquanto eu pensava que fosse forte. Mas eu não era. E ainda não sou.

Hoje recordo-me de momentos vividos, de sentimentos marcantes e atitudes decisivas que tomei na vida. Lembrei-me de "Eu não paro", de Ana Carolina. Sábios conselhos que tenho procurado segui-los. Deixo-os pelo resto da semana com a bela letra desta canção.


EU NÃO PARO - Ana Carolina
Letra de: Ana Carolina, Dudu Falcão e Lula Queiroga

Quando eu vou parar e olhar pra mim?
Ficar de fora
E olhar por dentro
Se eu não consigo
Organizar minhas idéias
Se eu não posso
Se eu esqueço de mim?

Eu pensei que fosse forte
Mas eu não sou

Quando eu vou parar pra ser feliz?
Que hora?
Se não dá tempo
Se eu não me encontro
Nos lugares onde eu ando
Nem me conheço
Viro o avesso de mim

Se eu não sei o que é sonhar
Faz tanto tempo
Tanto mar
E o meu lugar
É aqui!

Uma rua atravessada em meu caminho
Nos meus olhos
Mil faróis
Preciso aprender a andar sozinho
Pra ouvir minha própria voz
Quem sabe assim
Eu paro pra pensar em mim?
Quem sabe assim
Eu paro pra pensar em mim?

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

A ETERNA MESMICE DA VAIDADE


Se o ser humano possui várias características, uma que prevalece com notoriedade é a vaidade. Em alguns indivíduos de forma latente, em outros nem tanto. Alguns se preocupam com a beleza física, passando horas e mais horas cuidando-se em academias, tomando vitaminas e outras substâncias com a finalidade de expor seus corpos malhados, ‘em forma’. Outros demonstram a vaidade adquirindo bens: carros, mansões, sítios, casas de veraneio, empresas, ações na bolsa de valores; vivem por conta do ter, sempre mais e mais. Há ainda aqueles vaidosos por seus conhecimentos científicos e empíricos; estes sempre estão com os peitos estufados, com a voz firme ao explanarem seus conhecimentos acadêmicos ou experiências adquiridas pela vida afora a custa de seus cabelos brancos. O certo é todos somos vaidosos, o que nos diferem talvez seja a forma como a vaidade irá se apresentar.

Conta-se que um grande sábio judeu, que vivera na Palestina no período em que a cultura helenística encontrava-se em pleno processo de expansão por todo o Oriente Médio, há séculos e séculos atrás, decidiu escrever uma obra para deixar registradas suas experiências de vida, tão ensinadas em seus discursos perante a assembléia. Tal solilóquio produzido era a discussão de seu sábio autor consigo mesmo, um conflito interno, onde se consideravam realidades opostas entre si, tais como a vida e a morte, a riqueza e a pobreza, a sabedoria e a estultícia. Como que numa sessão de terapia, tal sábio eterniza nas palavras suas inquietações internas acerca da vida, de seus conhecimentos empíricos e da certeza de que tudo o que produzira anos a fio era fruto da vaidade, para chegar a concluir que a vida para ser bem vivida necessita-se apenas das pequenas alegrias da vida cotidiana, como o comer, o beber e a satisfação pelo trabalho bem feito, o que excede isto, segundo tal sábio, é mera vaidade.

A partir da análise de seus relatos solilóquicos, percebe-se que tal sábio judeu possuía durante sua existência três tipos de vaidades: pelas possessões, pela sabedoria e pelo trabalho; às quais empenhou tempo e força e as compreendeu como vazias, inconsistentes, fugazes, tais como um sopro, a névoa ou uma rajada de vento.

Sobre sua vaidade por possessões concluiu: “Empreendi grandes obras; edifiquei para mim casas; plantei para mim vinhas. Fiz jardins e pomares para mim e nestes plantei árvores frutíferas de toda espécie. Fiz para mim açudes, para regar com eles o bosque em que reverdeciam as árvores. Comprei servos e servas e tive servos nascidos em casa; também possuí bois e ovelhas, mais do que possuíram todos os que antes de mim viveram em Jerusalém. Amontoei também para mim prata e ouro e tesouro dos reis e de províncias; provi-me de cantores e cantoras e das delícias dos filhos dos homens: mulheres e mulheres. Engrandeci-me e sobrepujei a todos os que viveram antes de mim em Jerusalém; perseverou também comigo a minha sabedoria. Tudo quanto desejaram os meus olhos não lhes neguei, nem privei o coração de alegria alguma, pois eu me alegrava com todas as minhas fadigas, e isso era a recompensa de todas elas. Considerei todas as obras que fizeram minhas mãos, como também o trabalho que eu, com fadigas, havia feito; e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento, e nenhum proveito havia debaixo do sol”.

Pela vaidade por sabedoria passou “a considerar a sabedoria, e a loucura, e a estultícia. Que fará o homem que seguir ao rei? O mesmo que outros já fizeram. Então vi que a sabedoria é mais proveitosa do que a estultícia, quanto a luz traz mais proveito que as trevas. Os olhos do sábio estão na sua cabeça, mas o estulto anda em trevas; contudo, entendi que o mesmo lhes sucede a ambos. Pelo que disse eu comigo: como acontece ao estulto, assim me sucede a mim; por que, pois busquei eu mais a sabedoria? Então, disse a mim mesmo que também isso era vaidade. Pois, tanto do sábio como do estulto, a memória não durará para sempre; pois, passados alguns dias, tudo cai no esquecimento. Ah! Morre o sábio, e da mesma sorte, o estulto!”.

E por fim, em relação à vaidade do trabalho, afirmou: “Também aborreci todo o meu trabalho, com que me afadiguei debaixo do sol, visto que o seu ganho eu havia de deixar a quem viesse depois de mim. E quem pode dizer se será sábio ou estulto? Contudo, ele terá domínio sobre todo o ganho das minhas fadigas e sabedoria debaixo do sol; também é vaidade. Então, me empenhei por que o coração se desesperasse de todo trabalho com que me afadigara debaixo do sol. Porque há homem cujo trabalho é feito com sabedoria, ciência e destreza; contudo, deixará o seu ganho como porção a quem por ele se esforçou; também isto é vaidade e grande mal.”

Para ratificar tais conclusões acerca de suas vaidades ressalta a mesmice dos acontecimentos contínuos da existência terrena de toda humanidade, ao escrever em sua obra: “Geração vai e geração vem; mas a terra permanece para sempre. Levanta-se o sol, e põe-se o sol, e volta ao seu lugar, onde nasce de novo. O vento vai para o sul e faz o seu giro para o norte; volve-se, e revolve-se, na sua carreira, e retorna aos seus circuitos. Todos os rios correm para o mar, e o mar não se enche; ao lugar para onde correm os rios, para lá tornam eles a correr. Todas as coisas são canseiras tais, que ninguém pode exprimir; os olhos não se fartam de ver, nem se enchem os ouvidos de ouvir. O que foi é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer; nada há, pois, novo debaixo do sol. Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Não! Já foi nos séculos que foram antes de nós. Já não há lembranças das coisas que precederam; e das coisas posteriores também não haverá memória entre os que hão de vir depois delas”.
Tal sábio desconhecido, relatado no livro de Eclesiastes por seus devaneios registrados, que por alguns fora considerado como sendo o rico rei Salomão, concluiu sua compreensão em sua investigação sobre o que é bom para o ser humano saber e viver adequando tal conhecimento à sua conduta, apelando à discricionariedade divina ao afirmar que “... Deus dá sabedoria, conhecimento e prazer ao homem que lhe agrada; mas ao pecador dá trabalho, para que ele ajunte e amontoe, a fim de dar àquele que agrada a Deus. Também isto é vaidade e correr atrás do vento”.

Seguindo esta linha de raciocínio, se falo de vaidades, é preciso falar de virtudes. Para isto baseio-me em outro sábio: Aristóteles (384 A.C), do norte da Grécia e dedicado aos estudos acadêmicos da Filosofia Antiga, às viagens para outros países em busca de conhecimentos empíricos, e ao Liceu, academia que fundara por discordar dos pensamentos platônicos, uma vez que por ser realístico, diferenciava-se do idealismo de Platão.

Sobre as virtudes, Aristóteles considerava-as como ciências práticas. A partir do conceito de ARETÉ, propôs o filósofo grego a busca pela excelência, por entender que tudo o que está em nossas mãos busca nos melhorar como pessoas. Estas, as pessoas, ele classificou-as entre a nomia (estão abaixo da média; são aquelas que são levadas pelas circunstâncias); a heteronomia (estão na média; são aquelas guiadas por leis externas e que cumprem apenas seus deveres) e a autonomia (estão acima da média; são aquelas que encontraram a virtude por agirem não guiadas por leis humanas, nem por circunstâncias, mas sim porque alcançaram um desenvolvimento interno que faz com que tudo o que se faça seja uma opção, uma decisão em fazer o melhor, independentemente de benefícios e conseqüências).

Ensina também Aristóteles que a virtude é viva, não intrínseca às pessoas. É fruto da dedicação da pessoa em repeti-la. É fruto do hábito de ser virtuoso, a ponto de que esta faça parte da identidade do ser como pessoa. Ainda para Aristóteles, a virtude pode ser intelectual (resultado do ensino, adquirida pelo tempo e pela experiência - razão pela qual os idosos são respeitados na cultura grega) ou moral (resultado do hábito, do exercitar).

Interligo o sábio judeu desconhecido de Eclesiastes ao sábio filósofo grego Aristóteles, porque ambos, talvez por meios diversos, chegaram a um denominador comum: a busca do justo-meio, da moderação. Se para o sábio judeu desconhecido a vida para ser vivida de forma feliz é necessária apenas as pequenas alegrias da vida cotidiana, como o comer, o beber e a satisfação pelo trabalho bem feito; para o filósofo grego, o caminho da virtude, que passa pelo justo-meio, pela moderação, leva a pessoa a viver de forma consistente.

O justo-meio, desejado pelos que exercitam a virtude moral, é a busca pelo equilíbrio entre dois extremos, que se encontram viciados, seja pelo excesso ou pela falta. Destarte, a confiança é o justo-meio entre o medo e a desconfiança; a temperança é o justo-meio entre o hedonismo (prazeres do corpo) e o ascetismo (tratamento doloroso com o corpo em busca de uma vida rigorosa); a liberalidade é o justo-meio entre a prodigalidade e a avareza; o justo-orgulho é o justo-meio entre a honra e a desonra, entre a superioridade e a inferioridade; a calma é o justo-meio entre a cólera (ira descontrolada) e o pacato (falta de reação); a veracidade é o justo-meio entre a jactância (exagero, soberba, altivez, vaidagem) e a falsa modéstia (falta compreensão do que de fato somos); a amabilidade é o justo-meio entre o obsequioso (indivíduo que só quer receber favores) e o lisonjeiro (indivíduo que doa para receber lisonjeio e não porque ama).

Esta enfim, é a tarefa proposta: enquanto seremos humanos que vivemos a mesmice da existência terrena, precisamos saber trabalhar a vaidade para não nos iludirmos pelas escolhas e práticas da vida, bem como procurar desenvolver nossas virtudes morais, totalmente humanas e terrenas, através da prática reiterada do justo-meio em nossos comportamentos e práticas sociais. Isto é o que nos ensinou com as próprias vidas os sábios que por aqui já passaram. Não nos custa ao menos ouvi-los e meditar a respeito! Tenha uma boa meditação!

domingo, 18 de janeiro de 2009

QUANDO FALA O CORAÇÃO

Quem acompanha este meu blog com o tempo vai descobrir que gosto de muitas coisas. Uma delas é televisão, e em especial, novelas e minisséries. Ultimamente a TV brasileira, na minha percepção, carece de bons folhetins. De Malhação a Três Irmãs, passando pelos Mutantes, concluo até semana passada que se salvavam somente ‘A Favorita’ da Rede Globo e ‘Chamas da Vida’, da Record.

As minisséries globais dos últimos anos não foram boas. Não gostei da tal da ‘Amazônia’, da ‘Hoje é Dia de Maria’, nem de ‘Capitu’, mas me surpreendi com ‘Maysa: Quando fala o coração’, escrita pelo, em minha opinião, o melhor autor de novelas que ainda está vivo: Manoel Carlos, o mesmo autor de Laços de Família e Páginas da Vida, dentre outros sucessos. Particularmente admiro suas novelas porque ele consegue transmitir sentimentos humanos Tão complexos e ao mesmo tempo tão simples e de formas antagônicas em suas personagens, sempre dentro contexto nobre do Leblon, praia do Rio de Janeiro, além de levantar algumas bandeiras sociais relevantes.

Então, se você não sabia, já deu para perceber que sou noveleiro. Gosto mesmo. Vejo novelas como uma forma de expressão cultural tipicamente brasileira. São reflexos dos desdobramentos sociais, oportunidades de meditação em relação aos comportamentos humanos, são conhecimentos de visões multidirecionais; enfim, as novelas, juntamente com a MPB, formam o que brasileiro tem de bonito culturalmente falando, desde que, bem feitas como fora esta minissérie.

Voltando ao tema da postagem: Maysa, confesso que desconhecia completamente a existência da pessoa até a apresentação dos capítulos. No máximo tinha ouvido duas de suas músicas mais conhecidas: ‘Ne Me Qui Te Pas’ e ‘O Barquinho’, e que era foi a mãe do diretor Jayme Monjardim.

Ao decorrer dos capítulos pude desenvolver o exercício de lê-la por ângulos multifacetários. Vi uma Maysa criança que é objeto de desejo de um adulto que mais tarde seria seu primeiro esposo e pai de seu filho. Vi uma Maysa oportunista que poderia ter usado da influência social da família Matarazzo para adentrar aos caminhos da fama. Vi uma Maysa doente psicologicamente, viciada em remédios para emagrecer e em bebidas e cigarros. Vi uma Maysa vagabunda, ordinária, piranha, devasa, mas ao mesmo tempo doente por sexo. Vi uma Maysa desumana, cruel, que rejeitou a oportunidade de vivenciar a infância e adolescência de seu único filho. Vi uma Maysa estrela, que se fosse viva hoje não sairia das capas das 'Caras' da vida afora. Enfim, pude ver várias Maysa’s numa só. O que mudou foram os meus olhares durante os capítulos.

Não obstante, num destes meus olhares, vi também uma Maysa encantadora, com seus olhos penetrantes, cortantes, marcantes. Vi uma Maysa que viveu intensamente cada momento de sua vida. Paro aqui e peço carecidamente que não me interprete como alguém que concorda com tudo o que ela fez, mas que a veja neste momento como uma pessoa que, ao contrário da maioria, teve a coragem de viver, de ser o que ela realmente era. É aí que compreendo o subtítulo da obra: “quando fala o coração”.

O coração só é capaz de falar quando aceitamos ser o que realmente somos, sem se importar com a opinião alheia, com os sentimentos e anseios familiares e sociais. Quantas pessoas são infelizes, depressivas, por precisarem usar máscaras, por precisarem firmar alianças de infinitas naturezas, com o único objetivo de se manter no jogo cruel e hipócrita da sociedade!

O coração só é capaz de falar quando decidimos trilhar pelo caminho da intensidade, da profundidade em sentimentos, em relacionamentos. Quantas pessoas há por aí infelizes por terem casamentos frágeis, relacionamentos superficiais com pais, amores e filhos! Zélia Duncan entoa uma canção que, dentre em seus versos afirma que “nada do que posso me alucina tanto quanto o que ainda não fiz”. Assim consegui ver uma Maysa, como alguém alucinada pelo desconhecido, pelo não praticado, pelo não vivenciado, uma pessoa que não tinha medo do desconhecido. Como somos frios, racionalizados em nossos relacionamentos. Perdemos a oportunidade de eternizar nossa intensidade em corações e na história do tempo, quiçá pelo menos, pelo medo do desconhecido.

O coração só é capaz de falar quando se experimenta o amor. Maysa vivenciou o seu amor por Matarazzo e teve seus outros amores. Pode haver quem não concorde, mas particularmente creio que sim podemos durante a vida ter vários amores, e por uma simples razão: somos diferentes, singulares, ímpares, específicos. Quem vive mais de um relacionamento, casamento, ou seja lá o que for, nunca vivenciará a mesma perspectiva que trilhou em seus encontros primeiros. Somos diferentes, evoluímos a cada momento e assim são também as pessoas ao nosso redor. Em relação à vida sexual de Maysa, considerada por alguns conservadores como libertina, e por outros liberais como além de seu tempo, preferido me abster de comentar. Trata-se de uma questão puramente moral, e não pretendo adentrar neste campo. Mas não se pode negar que ela vivenciou o amor, nem que seja o amor pela fama, pela riqueza, pelos aplausos, pelos lugares e pessoas que cruzaram seus caminhos, pela bebida e cigarro, por sua concepção de vida. Certa estava a certeza de Quintana: ‘... o amor existe, que vale a pena se doar às amizades e às pessoas...”.

O coração só é capaz de falar quando encontramos a paz interior. Na minissérie a personagem principal diz ter encontrado sua paz interior, ter tido seu contato com o paraíso azul e lindo como o mar, após receber o perdão de seu filho Jayme, a quem tinha abandonado numa escola européia, bem como após perdoar a si própria, pelos seus erros, frutos da infantilidade. Quantas pessoas encontram-se fragilizadas psíquica e fisicamente porque não conseguem vivenciar o perdão. O verdadeiro perdão. Aquele que não apaga as marcas, as conseqüências dos erros cometidos, frutos das decisões humanas, mas que faz bem ao coração, lava a alma e purifica a mente. Morreu em paz Maysa, em paz com o filho, e principalmente em paz consigo mesmo.

Enfim, essa obra prima (confesso que não sei se com a reforma ortográfica as duas palavras ficam com hífen ou sem, se unidas ou separadas. Gosto delas separadas, que fiquem assim!) que encantou meus olhos, escrita pelo mestre Manoel Carlos e dirigida pelo próprio filho de Maysa, Jayme Monjardim, me fez compreender que podemos analisar a vida por vários vieses, por várias perspectivas, e que realmente, o mais belo, assim como a obra, é o que optar por deixar o coração falar, seja da forma que for e desde que convenha à sua moral, por se conhecer a si mesmo, por se vivenciar com intensidade cada detalhe e momento da existência humana, por se caminhar pelo conhecimento do amor, e por se ter a tão necessária paz interior.

Precisamos deixar nossos corações falarem mais alto que nossas crenças, ideologias, razões. Precisamos parar para ouvir nosso próprio coração.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

O QUE É DE FATO SIGNIFICATIVO?


O filho que muitas vezes não limpa o quarto e fica vendo televisão, significa que...

está em casa!

A desordem que tenho que limpar depois de uma festa, significa que...

estivemos rodeados de familiares e amigos!

As roupas que estão apertadas, significa que...

tenho mais do que o suficiente para comer!

O trabalho que tenho em limpar a casa, significa que...

tenho uma casa!

As queixas que escuto acerca do governo, significa que...

tenho liberdade de expressão!

Não encontro estacionamento, significa que...

tenho carro!

Os gritos das crianças, significa que...

posso ouvir!

O cansaço no final do dia, significa que...

posso trabalhar!

O despertador que me acorda todas as manhãs, significa que...

estou vivo!

Finalmente pela quantidade de mensagens que recebo, significa que...

tenho amigos pensando em mim!

Quando pensares que a vida te corre mal ... leia outra vez esta mensagem!!!


Texto: Autor desconhecido

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

CERTEZAS DE QUINTANA


Não quero alguém que morra de amor por mim...

Só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando.

Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo, quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade.

Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim...

Nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível...

E que esse momento será inesquecível...

Só quero que meu sentimento seja valorizado.

Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre...

E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor.

Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém...e poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos, que faço falta quando não estou por perto.

Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho...

Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente importa, que é meu sentimento...e não brinque com ele.

E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca cresça, para que eu seja sempre eu mesmo.

Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe...

Que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz.

Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia, e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos, talvez obterei êxito e serei plenamente feliz.


Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas...

Que a esperança nunca me pareça um NÃO que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como SIM.

Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder dizer a alguém o quanto ele é especial e importante pra mim, sem ter de me preocupar com terceiros... Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento.

Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão...

Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades a às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim... e que valeu a pena.
Escrito por Mario Quintana (1906-1994)
São certezas que também carrego comigo.

sábado, 10 de janeiro de 2009

ESTOU CUIDANDO BEM DE MIM

Composição de Vander Lee

Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores
Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores
Refazendo minhas forças, minhas fontes, meus favoresTô regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores

Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinhoTô soprando minha brasa, minha brisa, meu anjinho
Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinhoEscrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho

Estou podando meu jardim
Estou cuidando bem de mim