segunda-feira, 30 de agosto de 2010

É PRECISO ENCARAR A VIDA COMO ELA APARECE



"Estive nas cinco partes do mundo e fico muito feliz pelo meu trabalho porque consegui o que jamais imaginava. Eu fiz tudo, mas queria mesmo dar uma voltinha para ver todas essas coisas bonitas que não pude ver" (Dorina Nowill, em 11/10/2009)

O Brasil perdeu na data de ontem uma de suas mais importantes mulheres: Dorina Nowill. Aos 91 anos de idade, com um histórico exemplar de contribuição para as políticas de inclusão de pessoas com deficiência, sendo mais de 60 anos dedicados à inclusão da pessoa cega ou com baixa visão, por meio de uma Fundação que leva seu nome, que juntamente com o Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro, foi a pioneira na produção de livros em Braille, com distribuição gratuita dessas obras para deficientes visuais e no desenvolvimento de técnicas mais modernas para que o cego consiga ler - como livros falados e vozes sintetizadas no computador.

Cega desde os 17 anos de idade, quando Dorina teve hemorragia em uma das retinas e os médicos não conseguiram diagnosticar o problema, acabou perdendo primeiro a visão de um olho e em quatro meses ficou totalmente cega. Foi a primeira aluna cega a matricular-se numa escola regular em São Paulo. Na época, deficientes visuais praticamente não tinham acesso à cultura e à informação por causa da falta de livros adaptados. Em 1945 conseguiu convencer a Escola Caetano de Campos, onde cursava o magistério, a implantar o primeiro curso de especialização de professores para o ensino de cegos. Após diplomar-se, viajou para os Estados Unidos com uma bolsa de estudos paga pelo governo americano para freqüentar um curso de especialização na área de deficiência visual, na Universidade de Columbia.
Quando regressou ao Brasil, concentrou esforços na fundação da primeira imprensa Braille de grande porte do País. Hoje, a editora é uma das principais fontes de renda da fundação e produz 80% dos livros do Ministério da Educação para deficientes visuais e encomendas especiais de cardápios para restaurantes, instruções de segurança de companhias aéreas, best-sellers, etc.

Dorina dedicou-se também à regulamentação da educação para cegos. Na Secretaria de Estado da Educação de São Paulo, foi responsável pela criação do Departamento de Educação Especial para Cegos. Em 1961, graças a seu empenho, o direito à educação ao cego virou lei.

Entre 1961 a 1973, Dorina dirigiu o primeiro órgão nacional de educação de cegos no Brasil, criado pelo Ministério da Educação, Cultura e Desportos. Realizou programas e projetos que implantaram serviços para cegos em diversos Estados, além de eventos e campanhas para a prevenção da cegueira.
Em 1979, a professora foi eleita presidente do Conselho Mundial dos Cegos. Em 1981, Ano Internacional da Pessoa Deficiente, ela falou na Assembléia Geral das Nações Unidas como representante brasileira. Dorina também trabalhou intensamente para a criação da União Latino Americana de Cegos e foi diversas vezes premiada por seu trabalho.
Em 1989, o Congresso Nacional ratificou a Convenção 1599 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que trata da reabilitação, treinamento e profissionalização de cegos. Esse foi mais um desdobramento do trabalho que Dorina havia começado 18 anos antes, com o primeiro centro de reabilitação para cegos, criado por sua fundação.
O trecho inicialmente citado faz parte de uma entrevista concedido ao Portal G1, em outubro de 2009 onde relata como encarou sua experiência em ser cega: "É preciso encarar a vida como ela aparece. Não se pode disputar com a vida".

Em razão disto, Nowill se destacou na história mundial da inclusão da pessoa cega e com baixa visão, ao lutar pela inclusão destes, sem discriminação em razão de suas situações de fato. A sua atuação passou pela defesa da necessidade de disseminar o uso do sistema Braille e da necessidade de uma educação que reconhecesse essa diferenciação, fazendo, portanto, uso de equipamentos de ajuda técnica necessários específicos para tal segmento.
Entra agora para o quadro das mulheres guerreiras que deixaram seus nomes registrados na colaboração pelo reconhecimento da diferença e do respeito e amor ao próximo. Deixa seu exemplo de superação e de viver a vida de forma feliz, independentemente da forma que esta se apresentou, seja pela sua história de vida particular, casando-se, sendo esposa, mãe, avó e bivasó, ou como atriz social na construção da melhoria de vida de pessoas cegas e com baixa visão, de todo o Brasil e do mundo.
Quem não conhece sua história, pode compreender o tamanho dessa perda para as políticas de inclusão da pessoa com deficiência, sobretudo, cega e com baixa visão, acessando o site da Fundação Dorina Nowill: www.fundacaodorina.org.br.
Se Dorina Nowill não conseguiu seu desejo de poder dar uma volta em todo o mundo para ver todas as coisas bonitas, hoje é o complemento desta frase acima descrita, na mesma entrevista: “Mas conheci muita gente formidável, pessoas extraordinárias durante a minha vida”.

Dorina Nowill: pessoa extraordinária, formidável! É um prazer ter conhecido seu trabalho!

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

DESPEDIDA


Existem duas dores de amor:
A primeira é quando a relação termina e a gente,
seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro,
com a sensação de perda, de rejeição e com a falta de perspectiva,
já que ainda estamos tão embrulhados na dor
que não conseguimos ver luz no fim do túnel.

A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.

A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços,
a dor de virar desimportante para o ser amado.
Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida:
a dor de abandonar o amor que sentíamos.
A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre,
sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também…

Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou.
Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém.
É que, sem se darem conta, não querem se desprender.
Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir,
lembrança de uma época bonita que foi vivida…
Passou a ser um bem de valor inestimável,
é uma sensação à qual a gente se apega. Faz parte de nós.
Queremos, logicamente, voltar a ser alegres e disponíveis,
mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo,
que de certa maneira entranhou-se na gente,
e que só com muito esforço é possível alforriar.

É uma dor mais amena, quase imperceptível.
Talvez, por isso, costuma durar mais do que a ‘dor-de-cotovelo’propriamente dita.
É uma dor que nos confunde.
Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra.
A pessoa que nos deixou já não nos interessa mais,
mas interessa o amor que sentíamos por ela,
aquele amor que nos justificava como seres humanos,
que nos colocava dentro das estatísticas: “Eu amo, logo existo”.

Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo.
É o arremate de uma história que terminou,
externamente, sem nossa concordância,
mas que precisa também sair de dentro da gente…
E só então a gente poderá amar, de novo.
Texto de Martha Medeiros

sábado, 21 de agosto de 2010

EDUCAÇÃO VEM DE BERÇO!


Viver é um eterno aprendizado, já dizia o poeta. E aprender é um exercício que só se concluí quando se pode aliar a teoria e a prática. A teoria sozinha, muitas vezes, pode ser compreendida, porém não apreendida. Isso só se dá quando a prática comprova a teoria e em razão desta experiência, fática, o conhecimento teoricamente compreendido é então, apreendido.

Um axioma que sempre compreendi teoricamente, hoje pude apreender. Estupidez, grosseria, prepotência e deselegância não têm nível econômico, social e principalmente, intelectual. A prática de hoje me comprovou que existem sim pessoas de alto nível intelectual que assim o são. Confesso que pude perceber também que existia em mim certo pré-conceito a esse respeito, porque o fato de existir – e eu ter tido o desprezar de conviver – pessoas de alto nível intelectual que são estúpidas, grossas, prepotentes e deselegantes, me deixou um tanto quê estarrecido.

Mesmo que não seja geral, o que pude perceber que tais pessoas na realidade devem ser frustradas. Passam anos a fio em academias, se aprofundando em estudos, teorias, posicionamentos, linhas de pesquisas de outros mestres, doutores e em razão disto quando se dão conta, a vida já passou e elas não a viveram integralmente. Talvez isto justifique o modo de vida que possuem: vivem de aparência, afinal perante seus alunos são mestres, doutores, senhores respeitadíssimos da mais alta nata academia, pois são os donos da verdade, porém, em seus quartos, choram após tomar doses de remédios para controlarem suas bipolaridades, suas manias.

Por esta experiência de hoje e outra já vivida, fico aqui comigo indagando: será realmente que vale a pena estudar tanto, se tornar mestre, doutor em algo e não saber ser o mínimo necessário nas relações pessoais? Será que vive melhor o seu José ou dona Maria do alto da pior comunidade que existe numa cidade, que faz malabarismo com seu mísero um salário mínimo pra sobreviver, mas que são doutores na arte da educação, do respeito com o próximo, mesmo que sofram muito mais na vida do que ilustríssimos ‘senhores doutores’, mas nem por isso se escondem atrás de possíveis bipolaridades para se justificarem ao serem estúpidos com o próximo?

Infelizmente tenho percebido a cada vez que me adentro nessa área é que a prepotência, a arrogância, o sentimento de proprietários da verdade é talvez o pior defeito dos diplomados senhores mestres e doutores. Esquecem-se do retrógado dito popular que educação é algo de berço – talvez o esquecimento se dê em razão do preconceito com axiomas populares, pois estes não se coadunam com o alto nível de intelectualidade que possuem.

Esquecem os estimados mestres e doutores, possuidores de elevados níveis intelectuais, cátedras das elites pensantes que não há diferença entre intelectuais e analfabetos, brancos e negros, ricos e pobres. Somos todos seres humanos. Finitos. Seus conhecimentos intelectuais são perecíveis com o tempo. Findam-se aqui. Não se leva para a outra vida.

Ser mestre, doutor é ser aquela pessoa que mesmo sendo aplaudido fervorosamente por súditos, sabe sorrir, conversar e conviver normalmente com todas as pessoas, inclusive com as mais humildes, analfabetas, porém, são doutoras no conhecimento empírico. Ser mestre, ser doutor é ter acesso a um mundo novo, sem se esquecer da necessária educação de não desprezar, inferiorizar quem, seja pelo motivo que for, não pode o mesmo. Ser mestre e doutor é saber que não há diferenças entre os seres humanos. É saber que nada sabem, por isso, um pouco mais de humildade, educação e respeito ao próximo sempre é o ideal. Tais senhores ainda talvez não possuam estas qualidades porque ainda não há um curso de mestrado e doutorado em humildade, educação e respeito, o que evitaria o desprazer de conviver com isto.

Sábio deve ser mesmo o entendimento popular: educação vem de berço!

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

DIVAGAÇÕES DE UMA SEXTA-FEIRA 13


Chego agora a mais um final de semana. Cansativo, muito trabalho: muitos processos de concessão de benefícios analisados, atendimentos feitos, reuniões e suas deliberações, ofícios a perder de vista, preparação de aula e organização de cronograma de todas as minhas atividades profissionais até o ultimo dia do ano, ensino sistemático no início de um curso com muita teoria tentando fazer com que meus alunos compreenderam a construção histórica de uma espécie de linguagem e de movimento social, assistir aula do MBA de Administração Pública e de Direito Público sobre Súmula Vinculante, ler vários artigos a respeito. Cruzes. Tô morto.

Aí me deparo com um detalhe, hoje é Sexta-feira 13. E o pior – ou melhor, sei lá – de um mês de agosto, o mês do azar. Aí me lembro das superstições populares: não passar debaixo de escadas, não passar perto de gato-preto. Acho tudo isso muito engraçado. Saber que ainda existem pessoas tão ignorantes, no sentindo de simplicidade, que ainda acreditam nessas lendas e as repassam por gerações, provocando medos e práticas no ambiente em que vivem que mais parecem com as estórias de novelas.

Na verdade essa data me fez pensar sobre o que tenho medo, de verdade. Não medos de superstições, até porque não as tenho. Medo em relação à vida e as coisas que podem acontecer, tenho alguns:

1. Da forma da morte: Não temo a morte. Acho, aliás, que deve ser uma experiência sensacional morrer. Poder ter certeza absoluta – e prática – de que o que se crer é verdade por ter acontecido ou não, caso chegando do lado de lá, as coisas sejam totalmente diferentes do que se acreditou por aqui. Mas alguns tipos de morte me assustam, como as provocadas por doenças fatais, aquelas que deixam a pessoa na cama. Assassinato, estrangulamento, queimado, afogado. Não gostaria de morrer assim. Aliás, se eu puder escolher, queria morrer dormindo. Deitar e não mais acordar, pegando a todos de surpresa e sem ter passado por sofrimento.

2. Da morte de pessoas da minha família: Até hoje apenas uma pessoa mais próxima a mim já morreu. Era meu avô materno. Via-o todo o santo domingo, e o não santo também. A sensação foi horrível. Hoje, após quase três anos, a dor da ausência já se atenuou e ficaram na memória todos bons momentos vividos e os ensinamentos aprendidos, mesmo que alguns, hoje, não vividos. Mas saber que pessoas que eu amo de uma forma especial podem, a qualquer momento, vir a morrer, me traz medo. O medo do incerto, do que isso provocará, da força da ausência dessas pessoas. Por isso concordo com o artista que é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar para pensar, realmente não há.

3. Da insensibilidade com a dor do próximo: Tenho medo de um dia parar e me ver insensível. De perceber que o sofrimento alheio já não me incomoda, já não me tira o chão, me deprime, como faz hoje. Sei que ando a cada dia me posicionando racionalmente. Tenho me visto às vezes muito técnico, muito profissional, muito neutro. Não quero perder a sensibilidade, a coragem de chorar quando algo me trouxer essa vontade, seja por sofrimento próprio ou alheio. Quem me conhece sabe que sou muito intenso em tudo que faço. Não sei ser meio sentimental. Acredito sempre no que faço, nas pessoas que decido amar, e sofro por isso. Encontrar o equilíbrio sem perder essa sensibilidade é meu ideal.

4. De ter passado pela vida das pessoas com as quais convivi e não ter feito diferença: Acho sinceramente que não transitamos a esmo nas vidas das pessoas. Todos podemos, mesmo que seja de forma pequena, deixar algo de bom no coração das pessoas. Saber que pude ser um bom ouvinte, um bom conselheiro, amigo para rir ou chorar, para amar, acarinhar, para ensinar, para aprender. Não estamos sozinhos na vida. Apesar de ser em muitos momentos racional, não consigo imaginar a existência humana levada ao acaso. Há algo muito maior, que no tempo certo, entenderemos.

5. De ser mal educado, grosso, estúpido com as pessoas: Isso realmente me preocupa. Não sei ser mal educado, prefiro sofrer a ponto de explodir por dentro, mas não consigo explodir com as pessoas, mesmo que eu tenha todos os motivos para tal. Quando criança, aprendi isto com meus pais e é algo que quero levar pro resto da vida. Mas isso não significa que eu goste ou aceite ser mal tratado pelas pessoas. Saber se posicionar quando isso acontece, principalmente utilizando-se da boa educação como prova de que podemos ser superiores é uma arte, que tento sempre exercitá-la.

6. De perder a alegria de viver: Alguns momentos da minha vida com seus 25 anos não foram fáceis. Acho que já passei por poucas e boas. Não me vitimizo e nem gosto que me vejam assim. Mas em todos eles - ou quase todos - não perdi a vontade de viver. Eu acredito que todos têm o direito de viver e também o direito de morrer, quando a vida já não tem sentido. Viver com vontade de morrer não deve valer a pena. Só de pensar nisso, me provoca muito medo.

7. De viver a velhice infeliz: Não quero sofrer na velhice. Aliás, nem muito velho quero ficar. Acho que 70 anos são ideais. Meu medo de depender totalmente das pessoas, de medicamentos, de instituições de longa permanência, de perder a memória, não reconhecer as pessoas. Isso me dá muito medo.

Fora estes, existem outros, como violência, de governos ditatoriais, da pobreza, desemprego, invalidez, falta de saúde, etc. Nessa data em especial escada pra mim pouco importante, gato preto se chegar perto eu pego, abraço e se bobear, adoto. Mas como lendas são importantes, nem que seja pra divertir, viva a sexta-feira 13 do mês de agosto, sem medos.

Pra encerrar a semana de forma divertida e essa postagem mais sombria ainda fique com Zé Ramalho e seu sucesso Mistérios de Meia-Noite.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

PESSOAS SURDAS: CONADE EDITA RECOMENDAÇÃO QUE ALTERA TRATAMENTO EM CONCURSOS PÚBLICOS

O último censo do IBGE, realizado em 2000, apresentou o retrato da população brasileira com algum tipo de deficiência: 26.145.911 pessoas. Destas, 5.735.099 pessoas apresentaram-se "incapaz, com alguma ou grande dificuldade permanente de ouvir", sendo 389.430 da Região Norte, 1.861.687 da Região Nordeste, 2.219.320 da Região Sudeste, 898.482 da Região Sul e 366.180 da Região Centro-Oeste.

Números expressivos que demandam de políticas públicas específicas, que reconheçam suas especificidades, bem como ações afirmativas que as efetivem. A Lei n° 10.436, de 24 de abril de 2002 reconheceu a LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais como meio legal de comunicação e expressão, um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.

Já as leis n° 7.853, de 24 de outubro de 1989, n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e o Decreto n° 3.298, de 20 de dezembro de 1999, estabelecem normas gerais e critérios básicos para o acesso ao trabalho assegurando à pessoa com deficiência a reserva de vagas no percentual de cinco a vinte por cento nos concursos públicos, em igualdade de condições com os demais candidatos.

Para se efetivar essa igualdade de condições, o CONADE – Conselho Nacional de Direitos das Pessoas com Deficiência, órgão superior de deliberação colegiada criado para acompanhar e avaliar o desenvolvimento de uma política nacional para inclusão da pessoa com deficiência e das políticas setoriais de educação, saúde, trabalho, assistência social, transporte, cultura, turismo, desporto, lazer e política urbana dirigidos a esse grupo social, expediu no último dia 15 de julho de 2010, a Recomendação n° 001, contendo “Recomendação para garantir a aplicação do princípio da acessibilidade à pessoa surda ou com deficiência auditiva em concursos públicos, em igualdade de condições com os demais candidatos”.

Publico abaixo tal recomendação, que deve ser considerada a partir de sua publicação para em processos de certames públicos, para auxiliar na disseminação desta nova ferramenta de garantia de direitos para pessoas surdas.





PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS
CONSELHO NACIONAL DOS DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
RECOMENDAÇÃO NO 001, de 15 de julho de 2010.


Recomendação para garantir a aplicação do princípio da acessibilidade à pessoa surda ou com deficiência auditiva em concursos públicos, em igualdade de condições com os demais candidatos.

A PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DOS DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA, no uso de suas atribuições, cumprindo o que determinou o Plenário deste Colegiado na sua 69a Reunião Ordinária, realizada em Brasília nos dias 15 e 16 de julho de 2010, e

CONSIDERANDO a ratificação, pelo Estado Brasileiro, da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo com equivalência de emenda constitucional, por meio do Decreto Legislativo no 186, de 09 de julho de 2008, com a devida promulgação pelo Decreto no 6.949, de 25 de agosto de 2009;

CONSIDERANDO que nos termos desse novo tratado de direitos humanos a deficiência é um conceito em evolução, que resulta da interação entre pessoas com deficiência e as barreiras relativas às atitudes e ao ambiente que impedem a sua plena e efetiva participação na sociedade em igualdade de oportunidades com as demais pessoas;

CONSIDERANDO que a acessibilidade foi reconhecida na Convenção como princípio e como direito, sendo também considerada garantia para o pleno e efetivo exercício de demais direitos;

CONSIDERANDO que os artigos 3o e 5o da Constituição Federal de 1988 têm a igualdade como princípio, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação de todas as pessoas, com e sem deficiência;

CONSIDERANDO que ao Poder Público, seus órgãos e entidades da administração direta e indireta cabe assegurar às pessoas com deficiência o pleno exercício de seus direitos, inclusive o direito ao trabalho e emprego, com o acesso e permanência, e de outros que, decorrentes da Constituição e das normas vigentes, em especial a Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000 e o Decreto no 5.296, de 2 de dezembro de 2004, visem a garantir ampla e irrestrita acessibilidade arquitetônica, comunicacional e atitudinal;

CONSIDERANDO o disposto no artigo 37 da Constituição Federal de 1988, que determina, como medida de ação afirmativa, a reserva de percentual de cargos e empregos públicos para as pessoas com deficiência;

CONSIDERANDO o disposto na Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, na Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e no Decreto no 3.298, de 20 de dezembro de 1999, que estabelecem normas gerais e critérios básicos para o acesso ao trabalho assegurando à pessoa com deficiência a reserva de vagas no percentual de cinco a vinte por cento nos concursos públicos, em igualdade de condições com os demais candidatos;

CONSIDERANDO que a Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, e o Decreto 5.626, de 22 de dezembro de 2005, que a regulamenta reconhecem a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS como meio legal de comunicação e expressão de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituindo sistema linguístico de transmissão de idéias e fatos;

CONSIDERANDO que, nos termos da legislação, a aquisição do conhecimento da pessoa surda, em toda extensão do ensino, desde o nível fundamental até o superior, apóia-se na Língua Brasileira de Sinais - Libras, é necessário considerar essa realidade no processo de inclusão no mercado de trabalho;

CONSIDERANDO que, nos concursos públicos, a fim de garantir a igualdade de oportunidade, a todos deve ser proporcionado o direito à completa compreensão do conhecimento que se deseja testar;

CONSIDERANDO o disposto nos atos normativos do Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência, em especial o Parecer no 45/2005/CONADE/SEDH/PR e Parecer no 72/2006/CONADE/SEDH/PR;

CONSIDERANDO a decisão plenária da 69a Sessão Ordinária do dia 15 de julho de 2010 deste E. Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência, exarada nos autos do Processo CAN no 238/09;

RECOMENDA QUE OS EDITAIS DE CONCURSOS PÚBLICOS contemplem o princípio da acessibilidade para garantir a igualdade de condições à pessoa surda ou com deficiência auditiva, como os demais candidatos, determinando expressamente medidas indispensáveis para remoção de barreiras que impeçam a plena e livre concorrência, sem prejuízo de outras que porventura venham a ser adotadas, como as abaixo enumeradas:

1. Quanto à Língua

1.1. Nos editais de concursos públicos, deverá ser explicitamente reconhecida, nos termos da Lei no 10.436/02, e do Decreto 5.626/05, a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS como meio legal de comunicação e expressão de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituindo sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos;

2. Quanto à Inscrição

2.1. Os editais deverão ser disponibilizados e operacionalizados de forma bilíngüe, com vídeo em Língua Brasileira de Sinais - Libras.

2.2. Deverá o sistema de inscrição do candidato ao concurso prever opções em que o candidato surdo ou com deficiência auditiva realize suas provas objetivas, discursivas e/ou de redação, em Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS.

2.3. No ato de inscrição, o candidato poderá solicitar o auxílio de intérprete em Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS, independentemente da forma de aplicação das provas e/ou solicitar tempo adicional.

3. Quanto à aplicação de provas objetivas, discursivas e/ou de redação

3.1. As provas devem ser aplicadas em Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, com recursos visuais, por meio de vídeo ou outra tecnologia análoga, conforme as normas técnicas em vigor, disponibilizando, inclusive, intérprete habilitado para permitir o acesso ao conteúdo das provas, sempre que solicitado pelo candidato surdo ou com deficiência auditiva.

3.2. As instituições utilizarão como referência, sem dele depender, o programa anual PROLIBRAS, instituído pelo MEC e ordenado pelo Decreto 5.626/05, no qual todas as provas são aplicadas em LIBRAS, por meio de terminais de computadores.

4. Quanto aos critérios de avaliação

4.1. O edital deverá explicitar os mecanismos e critérios de avaliação das provas discursivas e/ou de redação dos candidatos surdos ou com deficiência auditiva, valorizando o aspecto semântico e reconhecendo a singularidade lingüística da LIBRAS.

4.2. Deve-se considerar que a pessoa surda educada na língua de sinais, necessariamente sofrerá influências desta na sua produção escrita, tornando necessário o estabelecimento de critérios diferenciados de correção de provas discursivas e de redações, a fim de proporcionar tratamento isonômico aos candidatos surdos. Nesse sentido, deverão ser instituídos critérios que valorizem o aspecto semântico (CONTEÚDO) e sintático em detrimento do aspecto estrutural (FORMA) da linguagem, fazendo-se a distinção entre “conhecimento” e “desempenho lingüístico”.

4.3. Deverão ser previstos, na aplicação de prova discursiva e/ou de redação, mecanismos que indiquem ser o candidato com deficiência auditiva, sem que seja ele identificado nominalmente.

4.4. As provas de redação e/ou discursivas, aplicadas a pessoas surdas ou com deficiência auditiva, deverão ser avaliadas somente por Professores de Língua Portuguesa para Surdos ou professores de Língua Portuguesa acompanhados de um intérprete de Libras.

5. Quanto à admissão e permanência no cargo público

5.1. Deverá a Administração Pública disponibilizar todas as adaptações e recursos necessários ao servidor com deficiência para o exercício de suas funções, incluindo o intérprete de LIBRAS, a sinalização visual, entre outros recursos de acessibilidade, sempre que for solicitado, visando oportunizar a permanência no serviço público.

5.2. A avaliação de desempenho só poderá ser feita no estágio probatório e desde que fornecidos os recursos de acessibilidade necessários para o exercício das funções por pessoas com deficiência.

6. Quanto à garantia e defesa de direitos

6.1. Caso a Administração Pública não cumpra com suas obrigações, deverá o candidato com deficiência prejudicado em seu direito recorrer administrativamente perante a autoridade pública responsável pela realização do certame.

6.2. A autoridade pública deverá decidir sobre o recurso no prazo determinado pelo edital, publicando a sua decisão motivada por meio do Diário Oficial e/ou jornal de grande circulação.

6.3. Caso subsista a violação de direito, o candidato com deficiência poderá, por meio de advogado ou defensor público, impetrar mandado de segurança, individual ou coletivo, e/ou representar perante o Ministério Público para apreciação e adoção das medidas que lhe são competentes de forma a garantir o cumprimento da legislação vigente.

Publique-se e encaminhe-se cópia desta Recomendação às principais instituições organizadoras de concursos públicos e interessados.

Brasília, 15 de julho de 2010.
DENISE GRANJA
Presidente do Conade

A ARTE DO DESAPEGO


Desapegar-se: verbo infinitivo. Significa afastar-se de alguém ou algo, com o objetivo de manter o vínculo, mas com certa distância e cautela. Na verdade trata-se da busca da liberdade, da felicidade consciente.

Sempre chega a hora de desapegar-se do que já não é imprescindível; do que por algum momento foi importante, mas que, omissiva ou comissivamente, deixou de sê-lo; das forças do passado que não nos libertamos; do que já decidiu por ir embora e tentamos prendê-lo de alguma forma, seja pelas ações ou pelo pensamento de posse.

O desapego existe porque temos apenas posse, não propriedade. Quem tem posse não tem o controle, a convicção, a certeza de que nada se alterará. Quem tem propriedade tem a posse ou a concede à alguma outra pessoa, mas mantém o controle.

Isso vale apenas para objetos, com o ambiente. Pessoas não possuem propriedade umas sobre as outras. Possuímos, num determinado tempo, a posse dos sentimentos: afeto, amor, respeito, compreensão. A propriedade é de quem se permite ser objeto de desejo pelo outro.

O desapego é a arte de manter o vínculo, mesmo que a distância entre os seres, quando a posse desses sentimentos se altera, bem como seu contexto, a partir da decisão de quem possui, de fato, a propriedade.

Existem pessoas que insistem em querer continuar vivendo determinadas situações mesmo quando não consideram ser o melhor para si mesmas, outras permanecem nelas porque acham que ainda podem conseguir algum resultado satisfatório, mesmo quando a situação já chegou a ser insuportável. Ou ainda mesmo, se prendem pelo receio da carência, pelo temor de se sentir só, pelo sentimento de incapacidade, pela dependência na relação com o outro, pelo comodismo apesar do incômodo ou por conformismo ao se achar pequeno demais para a vida.

É com o desapego que nos conhecemos profundamente. E essa é a grandeza desse ato. O desapego nos traz novamente para nós mesmos, para nossa essência. O que era acrescido já não existe e voltamos para a esfera de início, da não experimentação do que se tornou prescindível e, portanto, desprezível.

O desapego é desafiador, é a possibilidade de crescer, de mudanças. É também a abertura para novas experiências e para novos e diferentes meios de felicidade. É o recomeçar, tendo a certeza de que o fim será diferente porque o desapego alterou o outro, o complemento, que se foi.

Desapegar é uma arte que envolve o mundo fático, o das idéias, dos sentimentos e o das crenças. É o corte. Desapegar é ensinamento para quem se desapegou sobre o amor próprio. Só se desapegam de ambientes e de pessoas aqueles que optaram pelo amor próprio.

É na verdade a luta entre o ‘eu’ e o ‘outro’ onde não se cabe empate. A arte de desapegar é a vontade concreta de dar uma nova chance a si mesmo para se viver nova experiência, sem esquecer dos aprendizados adquiridos com o que ou quem se desapegou.

É a busca pela felicidade, pela evolução, pelo progresso, deixando apenas o respeito pelo  o que se desapegou. Desapegar-se é saber que tudo passa, mas que não estamos mais presos a ninguém.



COMO CITAR ESTE ARTIGO:


NOVAES, Edmarcius Carvalho. "A Arte do Desapego". Disponível em http://www.edmarciuscarvalho.blogspot.com em 11 de agosto de 2010.


domingo, 8 de agosto de 2010

AVISO: SÓ LEIA SE ESTIVER COM TEMPO LIVRE!

Têm algumas coisas que a gente sempre ouve desde pequeno, mas sempre ficam duvidas sobre suas reais existências, como por exemplo: os sinais do fim dos tempos, ganhar nos sorteios do Silvio Santos - nunca conheci ninguém -, programas de TV que fazem caridade e os signos.

Estes último não entro nem no mérito da perspectiva religiosa num contexto ocidental onde o cristianismo ainda predomina e é contrário, quase blasfêmia ler o horóscopo e se auto analisar.
Sei que hoje, de bobeira na internet, resolvi pesquisar sobre o meu signo: Aquário. Como nasci em 28 de janeiro, estou exatamente no meio desse periodo aquariano. Algumas partes de um texto até que concordo, outras nem tanto, mas até que tem muita lógica.

Agora saber o que significa ser regido por Saturno (clássico) e Urano (moderno) complicou!!! Alguém pode me explicar?

As cores preferidas segundo o texto são: preto, marrom, negro-azulado. Exceto o marrom - detesto! - até que concordo.

Leia o texto e veja se parece realmente comigo. O que eu concordo do texto está destacado em itálico.

Deixe seu comentário, sobre minha análise, enquanto aquariano que sou. Isso se você tiver com tempo livre também!
"O verbo que representa o signo de Aquário é Eu Sei.

Parte da triplicidade do elemento ar. (????)

"A realidade está contida em planos puramente mentais e, para si, a felicidade se resume no criar e no conhecer."

Aquário, cuja função é encontrar meios racionais para que a maior quantidade possível de pessoas possa usufruir de tudo o que foi criado em Capricórnio.

Tem sua própria ciência, sua própria ética, sua lógica e psicologia características estas que faz com que o aquariano tenha um orgulho espiritual, acompanhado de uma consciência de não poder pertencer jamais a massa, e sim de ser um "eleito".

Nas ciências são inteiramente metafísicos, especulativos e se enternecem diante da "lógica".

Usa a racionalidade e confia na mentalidade das pessoas enquanto coletividade. Seu nativo age mais na coletividade do que em relações pessoais.

O aquariano quer ser diferente, mas odeia ser encarado como tal. Ele preza a igualdade a tal ponto que pode se tornar autoritário, quando não vê esse seu desejo ser atendido.

Existe uma expressão estranha e distante nos olhos, como se o Aquariano contivesse uma espécie de conhecimento mágico, misterioso, que você não é capaz de penetrar.
Amante da liberdade pode ser intensamente alegre, perverso, original, vaidoso e independente mas também diplomata , delicado, compassivo e tímido. Pode procurar quase deseperadamente a segurança das multidões e saturar-se com a amizade para depois cair em um crise de depressões e isolamento querendo ficar completamente só.

Ao contrário de Leão, seu signo oposto, ele quer o fim do poder central, pois acredita que este é o único jeito de ser justo e racional. Mesmo sendo amante da humanidade, o aquariano é um solitário. Gosta de ousar e inventar.

Signo da produção em série, da moda e das ideologias reformadoras, Aquário trata todo mundo igual, do mais humilde ao mais imponente membro da sociedade, pois percebe a humanidade que ambos possuem. E é em prol desta humanidade que o aquariano é capaz de comprar as brigas mais feias e sofrer a perseguição dos mais conservadores.

O nativo deste signo acredita no que pode compreender e busca razões até mesmo para as emoções, campo complicado de sua vida.
Aquário precisa de espaço para ir e vir, trocando informações sempre, pois é muito sociável. Trata amigavelmente a todos e preza sua liberdade, pois precisa dela para exercer sua lógica fria e inovadora. Ao seu ver, as razões afetivas atrapalham seu julgamento límpido. Tornozelos e o sistema nervoso periférico são seus pontos sensíveis assim como suas batatas da perna.

Está na linha de frente da empresa de tecnologia de ponta, nas descobertas científicas, na política, com idéias revolucionárias que podem chocar os mais conservadores.

A liberdade pessoal está a frente em suas relações amorosas e não gosta de pessoas dependentes, muito emotivas ou que exijam provas de afeto. No sexo, tudo é relativo. Há os que só se acendem depois que a identidade intelectual é acionada, e também aqueles que não se importam com isso. Apesar de amarem a autonomia, aquarianos são capazes de grande fidelidade e devotamento a uma pessoa, quando assim o decidirem.

A vida íntima de uma Aquariano geralmente não é devassada por olhares estranhos, pelo menos ele não gosta disto. O casamento conservador não é bem o que ele almeja, pois presa por sua liberdade de ir e vir."

Fonte: http://www.dpwinfo.com.br/astro/texto3.htm